Presidente da Alesp pede 'medida rígida' contra falas sexistas de deputados
O presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Carlão Pignatari (PSDB), disse hoje que considera "inadmissíveis" as ofensas proferidas contra as deputadas Mônica Seixas (PSOL) e Erica Malunguinho (PSOL) por dois parlamentares do Republicanos na última semana e disse esperar que o Conselho de Ética tome "medidas rígidas" sobre casos de sexismo.
"É inadmissível. Eu espero que o Conselho de Ética tome uma medida muito rígida aos dois parlamentares, para que a gente possa continuar fazendo com que essa Assembleia, o maior parlamento da América Latina, continue a defender a população, que é o que nós temos que fazer", disse Pignatari em entrevista à GloboNews.
A manifestação do tucano ocorre num momento em que outros integrantes da Alesp, como Wellington Moura (Republicanos), Douglas Garcia (Republicanos), Fernando Cury (União Brasil), Arthur do Val (União Brasil) e delegado Olim (PP), tornam-se alvos de denúncias por atos sexistas contra mulheres.
Na avaliação do deputado, no entanto, não se pode generalizar casos de sexismo na assembleia, que ele atribui ao "radicalismo" na política brasileira.
"Alguns parlamentares estão perdendo a mão na maneira de falar. Nesses últimos 3 anos e meio, a radicalização na política brasileira trouxe esses fatos inadequados. É inadmissível qualquer tipo de machismo ou transfobia", disse. "Essa radicalização na política brasileira trouxe à tona esse tipo de falas horríveis. Quem pode fazer algum tipo de punição é o Conselho de Ética."
Deputadas viram alvos de falas sexistas
Numa sessão na última quarta-feira (18), o deputado Wellington Moura disse para a colega de Alesp Mônica Seixas que iria colocar um "cabresto na boca" dele. O equipamento costuma ser usado para amordaçar animais. A deputada pediu a cassação do mandato de Moura ao Conselho de Ética da Alesp.
O deputado Douglas Garcia proferiu falou transfóbicas sobre a deputada trans Érica Malunguinho (PSOL).
"Quando houve, por exemplo, a votação do relatório final da cassação do Arthur do Val no Conselho de Ética, a deputada Malunguinho comparou o meu comportamento ao de Arthur do Val. Não sou agressivo. Violenta e agressiva é a deputada, quando defende que um homem que se sente mulher pode subir num ringue e descer a porrada numa mulher, simplesmente por se achar mulher. Malunguinho defende utilização de banheiros femininos por homens que se sentem mulheres", disse Garcia.
O UOL tenta contato com a deputada Érica Malunguinho.
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