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Pai de Lira se exalta, xinga homem de filho da p*, e Bolsonaro ri; veja

Do UOL, em São Paulo

28/06/2022 12h39

O prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira (PP), pai do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se exaltou e xingou homem de "filho da put*" durante evento no qual contava com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em Maceió. (Assista ao vídeo acima)

"O que é? O que é? Vai-se embora, rapaz. Você não conhece essa história de Alagoas, não. Saia daqui. Vai embora, filho da put*. Pois bem. Eu não vim aqui para mentir, não. Está aqui [ele mostra um papel]. Ora, porr*", disse Benedito, também conhecido como "Biu de Lira".

Biu contava uma história do passado e dizia ter acabado com favela na região, quando foi interrompido. Não é possível ouvir o que homem fala para deixar o prefeito irritado. Ao lado, o presidente Bolsonaro apenas ri da situação.

Na sequência, Bolsonaro iniciou o seu discurso com elogios a Biu de Lira e ao filho dele, Arthur Lira.

"Não digam que o Benedito é um 'cabra da peste velho', porque mais velho do que ele só eu. Ele chegou a Brasília em 1995 e eu cheguei em 1991. Que eu tenho mais histórias do que ele, muitas [delas] junto com ele, dentro do Parlamento. Bem depois, chegou o filho dele, Arthur Lira, que eu tenho orgulho de ter colaborado para que ele se elegesse o presidente da Câmara", afirmou Bolsonaro.

Segundo a colunista do UOL Thaís Oyama, Biu de Lira é comandante do clã Lira em Alagoas. Ele já foi vereador por Maceió, deputado estadual, deputado federal e senador. Hoje é prefeito da pequena Barra de São Miguel, cidade com 8 mil habitantes e a 26 km de distância de Maceió.

De acordo com Oyama, Biu manda ventar e faz chover no seu pedaço: decide quem vai concorrer a quê, monta as alianças locais e define as estratégias para incomodar a concorrência, representada no estado pelo notório grupo dos Calheiros, do senador Renan Calheiros (MDB).

No ano passado, o jornal "O Globo" revelou que um primo de Arthur Lira, João José Pereira Filho, o "Joãozinho", repassou para a cidade comandada pelo tio Biu R$ 3,8 milhões provenientes das famigeradas emendas do relator — aquelas das quais, tirando o fato de constituírem dinheiro público, nada mais se sabe: quem as pediu, com que objetivo e se ele foi alcançado.

A falta de transparência que acoberta as emendas do relator foi precisamente o motivo que fez a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber suspender seus pagamentos em 2021, respondendo a ação ajuizada pelo PSOL.