STF: Moraes prorroga inquérito das milícias digitais por mais 90 dias
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou por mais 90 dias o chamado inquérito das milícias digitais, que apura a existência de uma organização criminosa digital que atuaria contra a democracia. A investigação, aberta há mais de um ano, foi prorrogada porque ainda há diligências em andamento, segundo o despacho de Moraes.
Este inquérito foi aberto por Moraes, em julho de 2020, para dar continuidade às investigações do antigo inquérito dos atos antidemocráticos, que foi arquivado após a PGR (Procuradoria-geral da República) concluir que não havia indícios de crimes contra detentores de foro privilegiado. Foi no âmbito desse novo inquérito que Moraes mandou prender, em agosto, o ex-deputado Roberto Jefferson.
O despacho do ministro, que prorroga o inquérito por 90 dias, foi assinado no dia 6 de julho. Essa foi a quarta prorrogação das investigações, que já haviam sido prolongadas em outubro de 2021 e janeiro e abril desse ano. A nova prorrogação foi determinada "considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento", segundo o magistrado.
Moraes justificou a existência desse inquérito por ver "fortes indícios e significativas provas" da existência de uma organização criminosa que, segundo o ministro, tem "forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político". O jornalista bolsonarista Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos, é um dos investigados.
Em maio desse ano, Moraes determinou que esta apuração deve correr em conjunto com o inquérito que apura os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral. A junção dos dois casos foi um pedido da PGR, que apontou a necessidade da unificação para decidir se apresenta ou não uma denúncia a respeito.
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