MPSC repudia gesto, mas diz não identificar intenção de apologia ao nazismo
O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) afirmou, em nota, que não vê apologia ao nazismo de manifestantes que fizeram saudação similar à nazista durante ato em São Miguel do Oeste contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Apologia ao nazismo é prática considerada crime no Brasil.
O órgão ressalta que identificou os manifestantes, analisou imagens e conversou com testemunhas dos atos. Na avaliação do MPSC, não houve intenção aparente de apologia ao nazismo, "não havendo evidências de prática de crime, muito embora a atitude ser absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional".
Segundo as investigações preliminares, o gesto começou por conta do locutor do evento, que é um empresário local, ao pedir as pessoas a "estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de 'emanar energias positivas'". Um policial e diversos repórteres que acompanhavam o ato confirmaram a versão.
Por fim, não foi encontrada nenhuma ligação do locutor com o nazismo, "bem como foram identificadas imagens que os manifestantes por diversos momentos realizaram orações, inclusive se ajoelhando em frente ao quartel do Exército, trazendo verossimilhança à narrativa que não se tratava de gesto nazista".
MP viu saudação nazista ontem. Ontem, o Ministério Público chegou a afirmar que os manifestantes fizeram uma saudação nazista durante o ato, mas voltou atrás ao averiguar o caso com testemunhas.
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