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Governador do ES: Aracruz é argumento para retomar Estatuto do Desarmamento

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2022 10h58

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou hoje durante participação no UOL News que a tragédia que aconteceu na cidade de Aracruz, no litoral do estado, serve como um argumento para que o Estatuto do Desarmamento seja retomado. Apesar de não relacionar o caso diretamente a facilidade no acesso às armas, uma vez que o autor do crime é filho de policial, ele externou seu desejo pela retomada da política e disse esperar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tome atitudes nesse sentido.

"Acho totalmente possível que o presidente Lula já entre no governo assinando decretos e encaminhando projetos de lei ao Congresso Nacional retrocedendo e estabelecendo a retomada do Estatuto do Desarmamento. O fato que aconteceu aqui no Espírito Santo é mais um argumento que ele tem para poder fazer e tomar essas atitudes", disse.

Casagrande também destacou que o Brasil vive um "ambiente de violência sem motivo aparente e com razões subjetivas" e creditou esse ambiente ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e suas falas, além da política que foi adotada durante seu governo para facilitar o acesso a armas de fogo.

"Considero que o presidente Jair Bolsonaro sim, tem responsabilidade não neste ato específico, mas no ambiente de violência, porque todos os atos do Bolsonaro foram voltados para flexibilizar o acesso às armas e em todo momento que pode incentivar que alguém tivesse armas e pudesse usar as armas, ele fez isso".

O governador também afirmou que a polícia está investigando celulares e computadores do "jovem autor e assassino" para descobrir se o ataque feito às escolas em Aracruz possui algum vínculo com grupos neonazistas nacionais e internacionais, ou se foi um fato isolado.

"Um depoimento simplesmente não é suficiente para chegar a uma conclusão, mas é importante em uma hora que vivemos uma tragédia como essa fazer uma reflexão sobre o ambiente de violência que a gente vive no Brasil. (...) o ambiente de violência estabelecido no Brasil e a facilidade do acesso às armas acabam potencializando fatos e momentos como esse".

Bolsonaro recuou, lavou as mãos e deixou espaço para Lula atuar, diz governador do ES

"O presidente Lula, até pelo afastamento e pela inação do presidente Jair Bolsonaro, está assumindo o comando político das articulações. Ele está certo em assumir porque Bolsonaro na hora que recua, de alguma maneira lava as mãos e deixa o espaço aberto para Lula atuar", disse Casagrande sobre o atual cenário político brasileiro faltando pouco mais de um mês para a troca na presidência.

Ele também criticou o orçamento secreto e disse esperar que, durante seu governo, Lula "retome o comando do orçamento".

"O ambiente político exige do presidente Lula a capacidade de fazer algumas alianças e ceder em alguns pontos, mas Lula terá que retomar, no seu tempo, o papel de ser o presidente, coordenador e comandante do orçamento".

Josias: Eduardo Bolsonaro no Qatar é grave se levarmos fala dele a sério

"Se formos levar Eduardo Bolsonaro a sério, seria necessário que uma autoridade judiciária expedisse um mandado para aguardar o deputado no seu desembarque no Brasil para prendê-lo em flagrante, porque ele está patrocinando uma conspiração internacional contra a democracia brasileira. Se formos levá-lo a sério é mais grave do que simplesmente torcer pela seleção brasileira desrespeitando aqueles que eles incitam a permanecer nas portas dos quartéis, mas é ridículo. Não é grave apenas, é ridículo", avaliou o colunista do UOL Josias de Souza sobre a ida de Eduardo Bolsonaro ao Qatar durante a Copa do Mundo.

Ele ainda afirmou que a viagem também é um desrespeito com "fanáticos" que tomam ruas pelo Brasil pedindo intervenção militar em atos golpistas.

"Desrespeita aqueles fanáticos que eles estimulam a permanecerem na frente de quartéis [enquanto ele é] pilhado em flagrante torcendo ao lado da mulher que ele levou lá como parte dessa mensagem que está passando ao mundo. Está expondo o país ao ridículo dizendo que está difundindo uma mensagem golpista".

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