Uerj suspende projetos após revelação de folha secreta feita pelo UOL
A Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) anunciou hoje que suspenderá, a partir de 31 de dezembro, todos os projetos de inovação, ensino, pesquisa e extensão realizados em parceria com outros órgãos do governo do estado.
Entenda o caso
- Ação acontece após uma série de reportagens do UOL que denuncia contratação e pagamento sem transparência --a chamada folha secreta-- na universidade;
- A Uerj afirma que uma comissão interna apura as revelações feitas pelo UOL, mas diz que os projetos são legais, "com denúncias de irregularidades em algumas das atividades".
- Reportagem mais recente mostra que deputados bolsonaristas pagaram cabos eleitorais com verba da universidade;
- Ministério Público Eleitoral acusou o governador Cláudio Castro (PL) de abuso de poder político e econômico, com "uso abusivo e eleitoreiro da Uerj", e pediu a cassação da chapa eleita.
Algumas situações, se comprovadas pela auditoria realizada pela Comissão, serão severamente punidas pela Universidade por serem ilegais, como seleção de pessoas por critérios "políticos", ausência de trabalho para o projeto ou nepotismo (parentesco direto entre a autoridade nomeante e a nomeada).
Uerj, em nota divulgada hoje
A universidade explica que, durante a suspensão, será criada uma nova regulamentação para os projetos, a ser divulgada ainda em dezembro e implementada posteriormente.
A nota também fala que haverá ajustes no Portal da Transparência, com atualizações permanentes dos "planos de trabalho, relatórios de entregas e das consultas públicas às remunerações dos bolsistas".
O que o UOL revelou sobre a Uerj?
- 11 secretarias ou órgãos do governo do Rio de Janeiro injetaram mais de R$ 500 milhões em 18 programas com folhas de pagamento secretas --sem transparência--, com indícios de saques em dinheiro vivo na boca do caixa e emprego de aliados políticos;
- Um dos programas empregou aliados políticos do deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), com salários de até R$ 16 mil. Ele é apontado como um dos articuladores dos cargos secretos na Ceperj;
- A universidade modificou uma norma interna para permitir contratações sem transparência, com remuneração de até R$ 32 mil em um só mês. Com a atualização, pessoas do "núcleo estruturante" -- com remunerações mais altas -- não precisam passar por processo seletivo;
- Cabos eleitorais de dois deputados bolsonaristas reeleitos -- Soraya Santos (federal) e Dr. Serginho (estadual), ambos do PL-RJ -- foram pagos com verbas da universidade.
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