Presente? Montblanc? O que se sabe sobre a caneta usada por Lula na posse
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a escolha de uma caneta para a assinatura do termo de posse, em Brasília. Ele fez questão de dizer que estava assinando com uma caneta que ganhou de um eleitor petista em 1989.
- Lula contou ter sido presenteado com a caneta por um militante petista no Piauí quando concorreu pela primeira vez à Presidência da República, ainda em 1989.
- O piauiense Fernando Menezes, de 68 anos, afirma que foi ele quem deu a caneta a Lula em um encontro perto da Igreja de São Benedito, em Picos, cidade de 78 mil habitantes, no interior do Piauí.
- Na versão de Lula, o petista teria prometido ao apoiador que, se eleito presidente, subiria a rampa com o presente. No entanto, disse ter esquecido de fazer isso em 2003, quando tomou posse pela primeira vez, e acabou perdendo a caneta.
Fernando Menezes
- Duas décadas depois, o presente de 1989 reapareceu para ser utilizado na posse em 2023, segundo Lula.
- O presidente disse que essa foi uma forma de homenagear o povo piauiense, que lhe deu 77% dos votos, a maior votação entre os estados brasileiros.
Modelo é parecido com Montblanc
- Nas redes sociais, internautas apontaram que a caneta usada por Lula tem características semelhantes às de uma Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald, que custa cerca de R$ 6 mil.
- A Montblanc, porém, afirmou ao jornal O Globo que lançou este modelo apenas em 2002 -- ou seja, depois do ano em que Lula afirma que ganhou o presente.
- A fabricante não diz se o objeto usado por Lula é ou não do modelo autêntico lançado pela Montblanc.
- Por ser parecida com um modelo lançado em 2002, houve questionamentos nas redes sociais sobre a autenticidade dos relatos.
- Ao UOL, Menezes reafirmou que a caneta vista na posse era a mesma que ele comprou anos antes e disse que Lula telefonou para ele e falou sobre isso após a posse.
- A assessoria da Presidência reafirmou à CNN que a caneta usada na posse é de 1989, sem dar mais detalhes.
História da caneta não é nova
A história da caneta não é inédita. Em 2010, em visita a uma fábrica de celulose na cidade de Três Lagoas (MS), Lula disse para a então prefeita Simone Tebet (agora ministra do Planejamento) que tinha guardado uma caneta para tomar posse desde 1989.
Na ocasião, o presidente disse que foi presenteado com uma caneta da marca Montblanc, mas não disse por quem. Ele afirmava ter esquecido de levar a caneta para tomar posse em 2003 (no primeiro mandato) — e teve de assinar o termo com uma caneta emprestada pelo então presidente do Senado, Ramez Tebet.
Leia o discurso de Lula em 2010:
"Mas, prefeita, você sabe que eu guardei uma caneta para tomar posse, desde 1989. Eu ganhei uma caneta, uma Mont Blanc bonita e eu falei: Essa caneta vai ser a caneta da minha posse. Só que eu perdi em 89, e a caneta ficou guardada. Em 94, eu disputei outra vez, a canetinha guardada, perdi as eleições. Em 98, eu disputei outra vez, perdi as eleições, a canetinha guardada. Eu até comecei a pensar que a tinta já tinha endurecido e que não ia mais escrever, a caneta.
Finalmente, em 2002, eu ganho as eleições, vou tomar posse, qual não é a minha surpresa, eu esqueci minha caneta. A caneta que esperou 12 anos, eu esqueci! E para tomar posse, eu assinei a minha posse com uma caneta que o então presidente do Senado, Ramez Tebet, me deu, e que está no arquivo presidencial, porque foi a caneta que surgiu para que eu pudesse assinar a minha posse".
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