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Moraes cita Hitler em decisão contra Bolsonaro e lembra vídeo apagado

Do UOL, em São Paulo

13/01/2023 21h57Atualizada em 13/01/2023 22h29

Na decisão em que pede a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), citou o acordo de Munique.

A Democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler."
Alexandre de Moraes

O ministro do STF se refere ao acordo feito como apaziguamento entre as principais potências europeias antes da Segunda Guerra Mundial. Como Hitler continuou suas invasões apesar do tratado, os demais países romperam o acordo e entraram em conflito.

Postagem golpista. O despacho de Moraes ainda faz referência ao vídeo de "falsas narrativas de fraude na contabilização dos votos" publicado pelo ex-presidente na madrugada de quarta-feira (11), que horas depois foi apagado por Bolsonaro.

O requerido, novamente, postou um vídeo, posteriormente apagado das redes sociais, em que questiona a higidez das urnas eletrônicas e o resultado das Eleições de 2022, endossando expressamente falsas narrativas de fraude na contabilização dos votos, poucos dias após o ato de terrorismo doméstico ocorrido na Esplanada dos Ministérios em Brasília/DF."

O ministro mandou a Meta, dona da rede social, preservar o vídeo publicado e apagado por Bolsonaro no Facebook para aferir o alcance da postagem e sua autoria.

Moraes apontou que Bolsonaro reiteradamente incorre em condutas investigadas em outros inquéritos, como o das milícias digitais antidemocráticas.

STF mira Torres e Ibaneis. Hoje, Moraes abriu inquérito para apurar a conduta de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, e do governador afastado Ibaneis Rocha durante os ataques.

Como mostrou o UOL, integrantes do MPF (Ministério Público Federal) veem o caso como grave e dizem que a revelação da minuta encontrada na casa de Torres complica a situação jurídica de Bolsonaro e deve ser incluída nos inquéritos em tramitação no STF.