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STJ deixa para depois do recesso ação contra Zema sobre 'vista grossa'

Romeu Zema, governador de Minas Gerais - Cristiano Machado / Imprensa MG
Romeu Zema, governador de Minas Gerais Imagem: Cristiano Machado / Imprensa MG

Do UOL, em São Paulo

18/01/2023 21h13Atualizada em 18/01/2023 21h35

O vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Og Fernandes, determinou que o processo dos deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Zeca Dirceu (PT-PR) contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), seja avaliado depois de 31 de janeiro.

Desde 20 de dezembro, os prazos de processos foram suspensos para o chamado recesso forense. Quando acabar, no último dia deste mês, o caso contra Zema será avaliado.

Ao enviar o pedido ontem, os deputados federais haviam estipulado 48 horas para o governador prestar explicações sobre "declarações mentirosas e irresponsáveis".

Fernandes, no entanto, argumentou que "não há pedido de liminar para justificar o processamento do pedido no regime de plantão".

Os dois líderes do PT acionaram o STJ após o governador sugerir que o governo do presidente Lula (PT) pode ter feito "vista grossa" para os atos golpistas em Brasília, no último dia 8, torcendo para que acontecesse o "pior", a fim de posar de "vítima".

"Vista grossa". Em entrevista à rádio Gaúcha na segunda-feira (16), Zema insinuou que o governo federal teria feito "vista grossa" para os atos de vandalismo na capital federal, torcendo para que acontecesse o "pior", para que pudesse posar de "vítima".

Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão se foi isso".

Você confundir um cidadão de bem com um depredador é erro gravíssimo. Que se puna essas pessoas que fizeram o vandalismo. Agora, estender isso a esses que estão se manifestando de forma ordeira, é uma situação muito distinta."

Insinuações sem base. A fala de Zema foi rebatida pelo ministro chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Paulo Pimenta (PT), que chamou as declarações de "insinuações sem base".

Nas redes sociais, Pimenta afirmou que esse tipo de posicionamento feito pelo governador mineiro "não contribui" para pacificar o país.

Para ele, a fala de Zema também seria uma "teoria da conspiração" que impulsionou extremistas bolsonaristas "a ventilarem fake news sobre infiltrados" nos atos golpistas.