Topo

Esse conteúdo é antigo

Yanomami: PSOL aciona MPF contra Bolsonaro, Damares e ex-chefe da Funai

Médico atende bebê com desnutrição na comunidade Surucucu, na Terra Indígena Yanomami (RR) - Antonio Alvarado/@antonioalvaradoc/Urihi Associação Yanomami
Médico atende bebê com desnutrição na comunidade Surucucu, na Terra Indígena Yanomami (RR) Imagem: Antonio Alvarado/@antonioalvaradoc/Urihi Associação Yanomami

Do UOL, em São Paulo

23/01/2023 18h33Atualizada em 23/01/2023 18h50

A bancada do partido na Câmara dos Deputados pede investigação do MPF (Ministério Público Federal) pelas possíveis ilegalidades praticadas contra a população yanomami em Roraima.

Os parlamentares apontam supostos crimes ambientais, de prevaricação e genocídio. O genocídio é caracterizado pelo extermínio deliberado de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.

Os deputados pedem investigação contra:

  • O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
  • A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos);
  • O ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Marcelo Xavier.

O pedido de apuração foi de iniciativa da deputada federal eleita Célia Xakriabá, que apresentou Sônia Guajajara em sua posse como ministra dos Povos Indígenas.

"Damares pediu a Bolsonaro, em plena pandemia da Covid-19, que vetasse leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], água potável, materiais informativos e itens de higiene. É um genocídio planejado. Um ataque direto aos nossos povos. Eles são criminosos e precisam ser responsabilizados pelas mortes causadas", acusou Célia no Twitter.

Os yanomamis enfrentam uma grave crise sanitária e humanitária. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças yanomamis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região".

Essa área de Roraima é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.

O PT acionou a PGR (Procuradoria Geral da República) contra Bolsonaro e Damares ontem, por genocídio contra o povo yanomami.

O governo do presidente Lula (PT) montou um comitê, com duração de 90 dias, e aplicou medidas emergenciais em Roraima, como envio de médicos e suprimentos.

  • Ontem, o Minstério da Saúde abriu um formulário de inscrição para voluntários interessados em apoiar os esforços no território Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.
  • No sábado, o Ministério da Justiça determinou investigação da Polícia Federal para apurar crimes de genocídio e ambiental na região.
  • Na sexta-feira, a Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis.