Yanomami: PSOL aciona MPF contra Bolsonaro, Damares e ex-chefe da Funai
A bancada do partido na Câmara dos Deputados pede investigação do MPF (Ministério Público Federal) pelas possíveis ilegalidades praticadas contra a população yanomami em Roraima.
Os parlamentares apontam supostos crimes ambientais, de prevaricação e genocídio. O genocídio é caracterizado pelo extermínio deliberado de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.
Os deputados pedem investigação contra:
- O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
- A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos);
- O ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Marcelo Xavier.
O pedido de apuração foi de iniciativa da deputada federal eleita Célia Xakriabá, que apresentou Sônia Guajajara em sua posse como ministra dos Povos Indígenas.
"Damares pediu a Bolsonaro, em plena pandemia da Covid-19, que vetasse leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], água potável, materiais informativos e itens de higiene. É um genocídio planejado. Um ataque direto aos nossos povos. Eles são criminosos e precisam ser responsabilizados pelas mortes causadas", acusou Célia no Twitter.
Os yanomamis enfrentam uma grave crise sanitária e humanitária. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças yanomamis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região".
Essa área de Roraima é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.
O PT acionou a PGR (Procuradoria Geral da República) contra Bolsonaro e Damares ontem, por genocídio contra o povo yanomami.
O governo do presidente Lula (PT) montou um comitê, com duração de 90 dias, e aplicou medidas emergenciais em Roraima, como envio de médicos e suprimentos.
- Ontem, o Minstério da Saúde abriu um formulário de inscrição para voluntários interessados em apoiar os esforços no território Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.
- No sábado, o Ministério da Justiça determinou investigação da Polícia Federal para apurar crimes de genocídio e ambiental na região.
- Na sexta-feira, a Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis.
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