Após relações estremecidas, governo Lula organiza visita de Macron ao país
O Ministério das Relações Exteriores do governo Lula (PT) e o governo da França estão alinhando uma data para uma visita oficial do presidente Emmanuel Macron ao Brasil.
O governo brasileiro tem focado em reconstruir a boa relação diplomática com a França após anos de relações estremecidas com o governo de Jair Bolsonaro (PL). O mandatário francês chegou a criticar as queimadas na Amazônia e sugerir levar o tema para o G7 para buscar soluções no fórum internacional. Na época, o então governo brasileiro viu na declaração do francês uma violação à soberania. Além da troca de farpas com Macron, o ex-presidente Jair Bolsonaro endossou um comentário ofensivo contra a primeira-dama da França, Brigitte Macron.
Agora, Macron dá sequência a uma aproximação já esperada com o Itamaraty. Os dois países são aliados comuns principalmente em temas voltados ao meio ambiente, como aquecimento global e desmatamento da Amazônia. Há alinhamento dos dois países também contra ações antidemocráticas.
O Brasil também é lido como um país com boas relações diplomáticas com importantes e diferentes nações ao redor do globo, como Estados Unidos, Rússia e China. No caso da guerra da Rússia e Ucrânia, esse trânsito se torna ainda mais relevante na busca por acordos de pacificação.
Os preparativos para a visita começam a ser definidos na próxima semana. A chanceler da França, Catherine Colonna, virá ao Brasil no dia 8 de fevereiro para um encontro com o governo brasileiro. Na visita, a representante do governo francês deve acertar os detalhes e combinar uma data para a visita de Macron.
As conversas indicam que a viagem do chefe de estado francês deve ocorrer ainda neste primeiro semestre de 2023.
Relação. Lula e Macron possuem contato frequente. O presidente brasileiro, que já foi recebido pelo francês antes mesmo de ganhar as eleições, conversou por telefone novamente com o aliado de Paris na última sexta-feira (27).
Telefonema. Eles conversaram sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro e sobre a guerra da Rússia e Ucrânia. O governo brasileiro informou que o país não fará parte das operações de guerra contra a Rússia, mas que está disposto a se engajar de forma ativa na busca pela paz, conforme noticiou UOL.
Macron será mais um chefe de estado europeu a vir visitar o presidente. O chanceler Alemão, Olaf Scholz, visitou o país nesta semana. Eles acertaram detalhes do investimento em doações dos alemães no Fundo Amazônia.
Reconstrução. O Itamaraty tem seguido o objetivo de reinserir o Brasil como ator global relevante após o "trauma" causado nas relações internacionais pela gestão de Jair Bolsonaro (PL). O plano é refazer as relações bilaterais desgastadas por Bolsonaro, principalmente com os países vizinhos da América Latina.
Por isso, a primeira viagem do presidente Lula foi para Argentina e Uruguai, onde se encontrou com chefes de estado dos dois países e autoridades internacionais.
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