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Gleisi: Nikolas cometeu crime com fala transfóbica, machista e misógina

Do UOL, em São Paulo

09/03/2023 17h33Atualizada em 09/03/2023 17h50

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse ao colunista do UOL Kennedy Alencar que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) cometeu um crime ao realizar fala transfóbica ontem na Câmara. A declaração vai ao ar na noite de hoje, às 23h45, no programa "É Notícia", da RedeTV!.

O que aconteceu:

  • Gleisi afirmou, em trecho do programa, que a imunidade parlamentar "não pode acobertar crime".
  • A presidente do PT chamou o discurso de "transfóbico, machista, misógino" e falou que Nikolas precisa ser "submetido à Comissão de Ética e ser punido".
  • Ontem, o deputado colocou uma peruca loira e zombou que se "sente mulher", se chama Nicole e "tem lugar de fala".
  • Nikolas ainda falou que mulheres trans ameaçam as mulheres cis: "As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo que é isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade."
  • As bancadas do PSOL e do PSB foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) com notícias-crime contra o deputado.
  • Ontem à noite, o MPF (Ministério Público Federal) acionou a Câmara para que o discurso transfóbico de Nikolas seja apurado.
  • O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), repudiou as falas do deputado e prestou solidariedade a "todas e todos que se sentiram ofendidas e ofendidos".

A transfobia foi equiparada ao crime de racismo, e passou a ser tratada como crime hediondo pelo STF em 2019.

"Cassação é pouco", diz deputada que já havia denunciado Nikolas

Nikolas Ferreira já responde por transfobia após chamar a deputada Duda Salabert (PDT-MG) de "ele" —Duda é uma mulher trans. Hoje, ao UOL News, a parlamentar afirmou que o deputado merece ser preso.

Cassação é pouco porque um parlamentar não pode usar a imunidade como escudo para cometer crimes. Independentemente do ponto de vista político e ideológico de cada um, temos que seguir o entendimento da Suprema Corte brasileira, a qual reconhece a transfobia como um crime inafiançável. Parlamentar não é melhor do que ninguém, então você não pode usar a tribuna para cometer crimes, para fazer falas criminosas, racistas e transfóbicas".

Cometeu crime, tem que ser punido. A ferramenta que nós temos hoje é a prisão".
Duda Salabert