Nikolas cita Churchill ao justificar transfobia e diz não ser apaziguador
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) citou Winston Churchill, primeiro-ministro inglês que liderou o país durante a Segunda Guerra, para justificar sua fala transfóbica na Câmara dos Deputados. O político também disse não ser apaziguador e que está disposto a responder por processos.
Meu objetivo ali na Câmara Federal não é ser um apaziguador. Se eu não me engano, não sei se foi o Winston Churchill que disse isso, mas 'um apaziguador é aquele que negocia com o crocodilo para ser o último a ser comido'.
Nikolas Ferreira, em entrevista ao canal Brasil Paralelo
A frase dita por Churchill, em 1940, foi: "Cada um espera que, se alimentar o crocodilo o suficiente, o crocodilo o coma por último". No discurso, o então primeiro-ministro fazia referência àqueles que tentavam acordos de paz com Adolf Hitler.
O que Nikolas disse:
- Deputado defendeu que usou "do ridículo para expor o ridículo".
- Nikolas disse que em nenhum trecho do discurso há transfobia: "em nenhuma linha e nenhuma palavra".
- Segundo ele, objetivo era "chamar atenção das mulheres" para que elas "retomem seu papel".
A questão que eu usei da peruca, foi a melhor forma de chamar a atenção."
Nikolas Ferreira
O que aconteceu:
- Ontem, o deputado colocou uma peruca loira e zombou que se "sente mulher", se chama Nicole e "tem lugar de fala".
- Nikolas ainda falou que mulheres trans ameaçam as mulheres cis: "As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo que é isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade."
- As bancadas do PSOL e do PSB foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) com notícias-crime contra o deputado.
- O MPF (Ministério Público Federal) acionou a Câmara para que o discurso transfóbico de Nikolas seja apurado.
- O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), repudiou as falas do deputado e prestou solidariedade a "todas e todos que se sentiram ofendidas e ofendidos".
A transfobia foi equiparada ao crime de racismo, e passou a ser tratada como crime hediondo pelo STF em 2019.
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