Comissão de Ética abre inquérito contra Sérgio Camargo por falas nas redes
A CEP (Comissão de Ética Pública) da Presidência da República abriu um inquérito contra o ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo.
O que aconteceu
Em reunião na última terça (25), a comissão decidiu investigar o ex-presidente por "manifestações em redes sociais". Camargo ocupou a fundação ligada ao Ministério da Cultura entre 2019 e 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo após deixar o cargo, Camargo continuou usando as redes sociais para fazer críticas à atual gestão e à fundação que presidiu. Na última segunda (24), afirmou que o Ministério da Igualdade Racial foi "a pior coisa que já fizeram para os pretos do Brasil".
Ele já foi punido com censura ética pela CEP, por suposta "prática de assédio moral, discriminação de religiões, de lideranças de religiões africanas e manifestações indevidas nas redes sociais".
Ligada à Presidência, a CEP impõe sanções a agentes públicos que, na avaliação do colegiado, não seguiram as diretrizes da ética pública. Entre as punições, estão previstos suspensão e desligamento de servidores, dependendo de cada caso.
Em novembro, após deixar o cargo, ele foi punido com "censura ética", uma espécie de reprimenda da administração pública que fica marcada no currículo do agente público.
Camargo ainda tentou uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo no ano passado, mas acabou não sendo eleito. Ele recebeu 13.085 votos e ficou com uma vaga de suplente.
Outras ações contra ministros de Bolsonaro
Neste mês, a CEP puniu ou abriu inquérito contra outros ex-participantes do governo Bolsonaro também por uso das redes sociais:
O ministro da Educação Abraham Weintraub foi punido por acusar as universidades federais de serem focos de plantação de maconha, em 2019.
O ex-secretário da Cultura Mário Frias também foi punido por usar um termo racista ao responder ao historiador negro Jones Manoel, em 2021.
A comissão também instaurou um processo contra o ex-ministro do Turismo Gilson Machado por falas "antiéticas" ditas contra o presidente Lula (PT).
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