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Lira diz que situação de Bolsonaro é preocupante, mas pede cautela

Presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) - Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) Imagem: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

03/05/2023 14h33Atualizada em 03/05/2023 14h47

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser analisada do "ponto de vista sanitário" e político. A entrevista foi dada na GloboNews.

O que aconteceu:

"Do ponto de vista sanitário é preocupante, do político, é preciso de cautela", falou Lira ao ser questionado sobre a operação que investiga possível fraude em cartões de vacinação, incluindo de Bolsonaro e da filha Laura.

"A Justiça precisa agir com tranquilidade, se ater aos fatos", afirmou o presidente da Câmara. Mais cedo, o ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle, foram alvos de buscas e apreensões; o celular de Bolsonaro foi levado pelos agentes. Além disso, a Polícia Federal prendeu o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

"Não precisamos de acirramento político neste momento no país. As providências têm que ser tomadas", disse Lira.

Questionado sobre a ação que pode tornar Bolsonaro inelegível, Lira opinou que "talvez um Tarcísio tenha mais chance com Bolsonaro como cabo eleitoral do que o próprio Bolsonaro", mas ressaltou ser esse um tema "de Justiça".

Bolsonaro nega adulteração

"Não existe adulteração. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente à emissora CNN Brasil, na porta de sua residência, em Brasília. Para Bolsonaro, a operação da PF é tentativa de "criar um fato".

Segundo o ex-presidente, apenas a esposa, Michelle, foi vacinada contra covid. "Não tomei a vacina após ler a bula da Pfizer. Minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen, e minha filha Laura, de 12 anos, também não tomou vacina."

"Se eu tivesse que entrar [nos EUA] e apresentasse cartão, vocês estariam sabendo", disse o ex-presidente aos repórteres.

Depoimento adiado

À Polícia Federal, a defesa de Bolsonaro informou que ele só deve prestar depoimento após o acesso completo ao processo sobre a suposta fraude de dados sobre vacinação contra a covid-19.

O ex-presidente chorou durante entrevista ao programa Pânico na TV: "E por que eu fico emocionado? Mexeu comigo, sem problema. Quando vai para esposa, para filhos, aí o negócio é desumano."