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Moraes derruba sigilo de roteiro de golpe e mensagens de Mauro Cid

27.abr.2023 - O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais, concentraria decisões se instrução for delegada a juízes de 1ª instância - Carlos Moura/SCO/STF
27.abr.2023 - O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais, concentraria decisões se instrução for delegada a juízes de 1ª instância Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

16/06/2023 16h46Atualizada em 16/06/2023 20h15

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu tornar públicas as conversas obtidas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e que demonstram que um golpe de Estado foi encorajado.

O que aconteceu:

O ministro retirou o sigilo após divulgação parcial de trechos do relatório da Polícia Federal. As mensagens revelaram um roteiro para a ação.

Em trechos das conversas, Cid foi cobrado por membros das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a seguir com um golpe de Estado, após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal.

As mensagens já reveladas:

Entre as mensagens encontradas em perícia no celular de Mauro Cid, estava um documento no qual dizia que Alexandre de Moraes não deveria ocupar a presidência do TSE por ser "juiz suspeito": "as normas legítimas autorizando a atuação de juízes suspeitos (nestas eleições, o Ministro Alexandre de Moraes nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckimin possuem vínculos de longa data, como todos sabem)", diz um dos trechos.

A maioria das mensagens reveladas foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ao longo de dezembro do ano passado.

Algumas vieram de um grupo de militares da ativa em aplicativo de mensagens e outras foram trocadas entre Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel, e Adriana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas.

As repostas de Cid foram vagas, com um "infelizmente" quando Lawand reconheceu que um golpe não aconteceria e "muita coisa acontecendo" ao ser estimulado a mobilizar Bolsonaro para cometer o ato antidemocrático.

Também foi encontrado um roteiro para a implementação do golpe de Estado, com previsão de declaração de estado de sítio no Brasil. O plano também cita o trabalho do Ministério da Defesa na fiscalização das urnas eletrônicas e a ação golpista do PL para "justificar" a decretação.

"Por respeito ao Supremo Tribunal Federal, todas as manifestações defensivas serão feitas apenas nos autos do processo", informou ao UOL a defesa de Mauro Cid, representada pelos advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore.

Outra conversa que consta no relatório é uma mensagem na qual o sargento do exército Luis Marcos Dos Reis relata sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro: "Você está vendo televisão, p*rra! Eu estou no meio da muvuca". Ele foi preso pela PF em maio na operação sobre fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro,