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Celular de Cid: Documento dizia que Moraes não deveria presidir o TSE

Mauro Cid (esq.) e Alexandre de Moraes (dir.) - Alan Santos/PR e Carlos Moura/SCO/STF
Mauro Cid (esq.) e Alexandre de Moraes (dir.) Imagem: Alan Santos/PR e Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo

16/06/2023 17h33Atualizada em 16/06/2023 20h25

Entre as mensagens encontradas em perícia no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, estava um documento no qual dizia que Alexandre de Moraes não deveria ocupar a presidência do TSE. O ministro liberou hoje o sigilo do conteúdo levantado pela PF no aparelho. Leia o documento.

O que diz o documento:

Um dos trechos diz que Moraes é "juiz suspeito" por "vínculos" com o vice-presidente, Geraldo Alckmin: "as normas legítimas autorizando a atuação de juízes suspeitos (nestas eleições, o Ministro Alexandre de Moraes nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckimin possuem vínculos de longa data, como todos sabem)", diz um dos trechos.

O texto também afirma que um "juiz de direito (seja ele ministro do STF, ou não)" deve agir conforme a "moralidade institucional" e não devem promover "o ativismo judicial".

Este conteúdo, em um documento em forma de print, foi encaminhado por Mauro Cid às 23h39 do dia 28 de novembro de 2022, para si mesmo, "aparentemente como backup das imagens", segundo relatório da PF. Não há, porém, informação sobre quem teria redigido este texto.

Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal.

O conteúdo do texto chamou a atenção da equipe, pois apresenta em seu parágrafo final a expressão "declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem (...)"
Relatório da PF

As mensagens divulgadas também revelaram que um golpe de Estado foi encorajado e um roteiro para a ação foi elaborado.