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Em mensagem, Cid diz que Bolsonaro não confiava no alto comando do Exército

24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

17/06/2023 11h26Atualizada em 17/06/2023 14h41

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse que o então presidente não confiava no alto comando do Exército. A mensagem é parte do relatório da PF sobre o conteúdo encontrado no aparelho e liberado pelo ministro Alexandre de Moraes.

O que disse Mauro Cid:

Jean Lawand Júnior mandou mensagens pedindo que Mauro Cid convencesse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a colocar em prática um golpe de Estado: 'Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] dê a ordem, que o povo tá com ele, cara. Se os caras não cumprirem, o problema é deles. Acaba o Exército Brasileiro se esses cara não cumprir a ordem do, do Comandante Supremo', disse, em áudio.

Ao que Cid respondeu: "Mas o Pr [Presidente] não pode dar uma ordem... se ele não confia no ACe [Alto Comando do Exército]. Lawand, então, afirmou que "ferrou" e que "vai ter que ser pelo povo mesmo".

Na sequência, as repostas de Cid foram vagas, com um "infelizmente" quando Lawand reconheceu que um golpe não aconteceria e "muita coisa acontecendo" ao ser estimulado a mobilizar Bolsonaro para cometer o ato antidemocrático.

Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal.

O ministro retirou o sigilo após divulgação parcial de trechos do relatório da Polícia Federal. As mensagens mostraram, entre outras coisas, um roteiro para a implementação do golpe de Estado, com previsão de declaração de estado de sítio no Brasil.

As mensagens divulgadas também revelaram que um golpe de Estado foi encorajado e um roteiro para a ação foi elaborado.