PT anuncia apoio a Boulos para disputa à Prefeitura de São Paulo em 2024
O PT anunciou hoje que apoiará Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo de 2024.
O que aconteceu
O anúncio se deu em evento do PT que contou com a presença da cúpula do partido no Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de SP, na região central da capital paulista. O salão da entidade estava lotado de militantes. Boulos foi recebido aos gritos de "prefeito" por petistas.
Candidato a vice na chapa será do PT. Lideranças do partido e do PSOL ainda não têm nome definido. Boulos defendeu que decisão seja tomada "sem pressa".
É a primeira vez que o PT não terá um candidato a prefeito em São Paulo desde 1985.
Candidatura também terá apoio da Rede. A expectativa é de que o PCdoB também recomende o voto em Boulos em 2024. Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros disse que espera conversar com todos os partidos de esquerda e centro-esquerda.
Anúncio contou com a presença de lideranças do PT. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, participaram do evento realizado neste sábado.
Jilmar Tatto não foi ao evento. Deputado federal, que poderia ser um candidato pelo PT, classificou como um "erro" a decisão do partido de apoiar Boulos. Disse ainda que a base não foi ouvida antes do acordo ser firmado — o que Gleisi nega.
Gleisi e Boulos dizem que vão buscar apoio de Tatto. Em entrevista, os dois disseram que possíveis desentendimentos não se refletirão na campanha. Boulos também sinalizou que se esforçará pela eleição de vereadores do PT e outros partidos aliados.
A convenção que oficializará o apoio do PT a Boulos, porém, só deve acontecer no ano que vem. De acordo com Laércio Ribeiro, presidente do diretório paulistano do partido, a formalização segue o calendário da legislação eleitoral.
Boulos destacou problemas sociais e sensação de insegurança como desafios para comandar a capital. Segundo o pré-candidato, "quem anda por São Paulo hoje tem sentimentos de insegurança e caos".
Gestão atual é uma mistura de desumanidade, incompetência e esquemas
Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL e pré-candidato à prefeitura de São Paulo
Petistas sobre Boulos
O atual prefeito não tem o tamanho da nossa cidade, mas o nosso candidato para próxima eleição tem
Fernando Haddad, ministro da fazenda e ex-prefeito de São Paulo
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Quero receberEstou convencido de que, mesmo nosso candidato não sendo do PT, nós vamos dar a mesma energia e garra pela sua eleição.
Rui Falcão, deputado federal e ex-presidente do PT
Em toda minha vida parlamentar tenho tido excelente entendimento com o PSOL
Eduardo Suplicy, deputado estadual pelo PT em São Paulo (SP) e ex-senador
A decisão de apoiar Boulos foi tomada pela diretoria em 2022, quando precisávamos unir forças para derrotar o bolsonarismo. Hoje, Boulos que era o candidato de Lula passou a ser o de toda nossa militância, após amplo debate
Kiko Celeguim, presidente estadual do PT em São Paulo
O que mais se sabe
Haddad fala em reeleição de Lula. Em seu discurso, o ministro afirmou que espera "que Lula conserte esse país e o entregue em ordem a seu sucessor em 2030". Próxima eleição presidencial acontece em 2026.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares participou da abertura do evento na noite de sexta-feira e disse que pedirá anulação de processo do mensalão.
Delúbio disse que está em contato com outros réus condenados para solicitar a medida. Ele afirmou que foi inocentado em todos os processos relacionados ao escândalo de corrupção.
Ganhei todos os 43 processos. O último encerrou agora em março. Vou pedir a anulação da ação penal 470 assim que houver condições para isso.
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT condenado por envolvimento no escândalo do mensalão
Eduardo Suplicy, vereadores e deputados estaduais prestigiaram evento. Ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva também esteve presente na noite de abertura. Ele é filiado ao partido, pelo qual já concorreu a uma vaga na Alesp em 2018.
Cartazes pedem revisão do artigo 142 e "fim da tutela militar". Trecho em questão da Constituição é distorcido por bolsonaristas para afirmar que Forças Armadas são poder moderador da República —o que é mentira. De acordo com Constituição, Exército, Marinha e Aeronáutica se destinam a defender a Pátria e garantir lei e ordem.
Desmilitarização da PM e prisão para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro também são lembrados. Oposição à venda da Sabesp e pedido de investigação da chacina na Baixada Santista eram outras pautas defendidas por membros do partido em faixas estendidas no Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, na Liberdade, onde aconteceu a convenção.
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