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Lula pede fim de mortes por bala perdida: 'Não pode sair atirando a esmo'

O presidente Lula (PT) condenou a expressão "bala perdida" após a morte de uma criança e de um adolescente em ação policial no Morro do Dendê, no Rio de Janeiro.

O que aconteceu:

Lula afirmou que a bala que atingiu a criança "não se perdeu". No sábado, Eloá da Silva dos Santos foi atingida por um disparo enquanto brincava dentro de casa e Wendel Eduardo, de 17 anos, foi morto em abordagem policial ao erguer as mãos, segundo a família.

Ele pediu policiais mais "bem preparados, instruídos e com bastante inteligência". Nos últimos dois anos, 16 crianças e adolescentes foram atingidos por arma de fogo no Rio, segundo monitoramento da ONG Rio da Paz.

Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, essa bala não se perdeu, foi atirada para atingir alguém e pegou uma criança. Onde vamos parar com esse comportamento de violência?

Não pode é sair atirando a esmo, sem saber para onde atira.

Na semana passada, Lula afirmou que a polícia precisa estar preparada para "saber diferenciar o que é um bandido e o que é um pobre que anda na rua". A declaração fazia menção à morte do menino Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, baleado pela polícia na Cidade de Deus.

Crianças e adolescentes atingidos em ação policial

601 crianças e adolescentes foram baleados na região metropolitana do Rio nos últimos sete anos. Quatro de dez morreram. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado.

Do total de baleados, 286 foram atingidos em ações policiais — o que representa 47,5%. As demais 315 crianças e adolescentes foram atingidas em outras circunstâncias, como disputas entre grupos armados, execuções, homicídios, tentativas de homicídio, brigas, vítimas de disparos acidentais e ataques a civis.

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A história do Rio de Janeiro é marcada por crianças e adolescentes mortos e feridos. A gente sabe que não são casos isolados. Ágatha Félix, Maria Eduarda, João Pedro, Kauã, Alice, Emilly e Rebecca. Todo mundo lembra de um destes nomes. Não podemos deixar essas histórias se perderem.
Cecília Olliveira, diretora-executiva do Instituto Fogo Cruzado

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