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Após silêncio na PF, Michelle diz que pode falar 'na esfera competente'

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) divulgou uma nota de esclarecimento dizendo estar "à disposição para falar na esfera competente" após ficar em silêncio com o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no depoimento prestado à Polícia Federal nesta quinta-feira. Eles ficaram na PF por cerca de uma hora.

O que aconteceu:

Michelle Bolsonaro começou a nota afirmando que "não se trata de ficar em silêncio", mas que não poderia se submeter a prestar depoimento em "local impróprio".

A presidente do PL Mulher alegou que o STF (Supremo Tribunal Federal) "não se mostra o órgão jurisdicional correto para cuidar da presente investigação" no caso das joias. As autoridades querem saber por quem passaram as joias e outros objetos recebidos de presente pelo governo Bolsonaro.

Em petição apresentada à PF, a defesa de Michelle e Bolsonaro afirmou que eles "optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos". O argumento usado é que a PGR opinou que o caso não deveria tramitar no STF e, por isso, Bolsonaro e Michelle só prestarão esclarecimentos no juízo competente, disse a defesa.

Mais cedo, o ex-secretário de Comunicação e advogado Fabio Wajngarten usou o mesmo argumento para explicar por que também não respondeu às perguntas na oitiva de hoje.

Segundo apurou o UOL, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, general Lourena Cid, não optaram pelo silêncio.

Antes do depoimento, Michelle postou um vídeo treinando boxe em casa. Ela escreveu que "das 'porradas' da vida, essas são as melhores".

Argumento das defesas

A defesa de Bolsonaro e Michelle usa como base uma decisão da PGR que pediu para tirar da competência do STF a investigação sobre as joias, como mostrou reportagem do UOL.

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Desta forma, considerando ser a PGR a destinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos suficientes ou não a lastrear eventual ação penal, os PETICIONÁRIOS, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados.
Advogados de Bolsonaro e Michelle, em documento apresentado à PF

O documento é assinado pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Tesser, Fábio Wajngarten, Saulo Lopes Segall, Thaís de Vasconcelos Guimarães, Clayton Edson Soares e Bianca Capalbo Gonçalves.

O que a Polícia Federal quer saber?

As autoridades querem saber por quem passaram as joias e outros objetos recebidos de presente.

A PF apura se o dinheiro da venda dos objetos teve como destino final a conta do ex-presidente ou de sua mulher.

Oitivas simultâneas são legais, requerem planejamento e já foram adotadas outras vezes, como quando a PF intimou quase 80 militares para depor sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A ideia é que isso impeça os envolvidos de combinarem versões.

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É uma estratégia que a equipe da investigação adotou para que tenha o maior ganho possível na apuração e esclarecimento dos fatos.
Andrei Passos Rodrigues, diretor da Polícia Federal, durante o UOL Entrevista

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