Entenda conflito de versões sobre suposto ataque a filho de Moraes em Roma
Em relatório preliminar sobre as imagens que mostram os supostos os atos de hostilidade contra o ministro do STF (Superior Tribunal de Justiça) Alexandre de Moraes e sua família no aeroporto de Roma, na Itália, a Polícia Federal afirmou que as gravações parecem confirmar um tapa com as costas da mão no filho do magistrado.
Os supostos ataques sofridos por Moraes aconteceram em julho deste ano. Desde então, o ministro e os acusados sustentam versões diferentes sobre o ocorrido.
Entenda o conflito de versões:
O que dizem os suspeitos
Acusações negadas. Os suspeitos, investigados por suposta injúria e agressão física contra Moraes e sua família, negam a agressão. Os autores dos supostos ataques são Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto. Roberto e Andreia são casados, enquanto Alex é genro de Roberto.
Versão da defesa. Segundo o advogado da família Mantovani, o filho de Moraes é que teria iniciado as agressões verbais contra Andreia. Na sequência, Roberto, para defender a esposa, teria "afastado o rapaz com os braços", segundo afirmou em entrevista ao UOL.
Estranheza em relação ao sigilo. Em nova nota enviada ao UOL, Ralph Tortima Stettinger, advogado da família suspeita de agredir Moraes, destaca que o sigilo das imagens "serve aos interesses de apenas uma das partes, com a utilização de imagens escolhidas a dedo". Além de afirmar que o "relatório [é] feito por um agente da Polícia Federal, não por peritos".
Os suspeitos respondem ao processo em liberdade. Durante as investigações, a família foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Na ocasião, foram apreendidos um computador e um celular.
O que diz Moraes
Ataques verbais. Moraes alegou em depoimento à PF que recebeu dois ataques verbais, de Roberto e de Andreia. Os dois teriam acusado o ministro de ter "fraudado as urnas e roubado as eleições". Já segundo a PF, o ministro do STF foi chamado de "bandido, comunista e comprado".
Filho agredido. Ainda em sua versão, Moraes também diz que o grupo de brasileiros agrediu fisicamente seu filho, que, de acordo com o ministro, levou um tapa no rosto.
O que mostra o relatório da PF
Relatório preliminar. O documento diz que "imagens do Aeroporto Internacional de Roma permitem concluir que Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão provocaram, deram causa e, possivelmente, por suas expressões corporais mostradas nas imagens, podem ter ofendido, injuriado ou mesmo caluniado o ministro Alexandre de Moraes e seu filho Alexandre Barci de Moraes", escreveu o agente Clésio Leão de Carvalho.
"Mão direita atingiu o rosto". "Posteriormente, a breve discussão entre os dois, visivelmente motivada pelas ações de Andreia Munarão, que provocaram uma aparente verbalização por parte de Barci, Roberto Mantovani levantou a mão direita e atingiu o rosto (ou os óculos) de Alexandre Barci de Moraes, deslocando ou fazendo sair de sua face o acessório do filho do ministro", acrescenta o texto.
Imagens em sigilo. O inquérito foi aberto a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), após ter sido provocada pelo próprio Moraes. Segundo o Supremo, a PF ainda está analisando as imagens enviadas pelas autoridades italianas, que chegaram ao Brasil há um mês —e elas seguem em sigilo.
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