Cappelli: ataque no 8/1 teve homens treinados, com táticas e equipamentos
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou que todos aqueles que cometeram crimes durante os atos golpistas de 8 de janeiro deverão responder por seus atos. Ao UOL Entrevista desta terça-feira (11), ele disse ainda que policiais enfrentaram homens treinados na invasão às sedes dos Três Poderes.
O que ele disse?
É importante afirmar, quem cometeu o crime não interessa se é civil ou militar, vai responder pelos crimes cometidos contra a democracia brasileira.
O secretário disse que policiais enfrentaram "homens treinados" durante os atos golpistas. "Eles me relataram que enfrentaram manifestantes, mas também homens treinados. Isso é um depoimento dos policiais militares que enfrentaram, que defenderam a democracia no dia 8 [de janeiro]", afirmou.
Eles dizem, enfrentamos homens treinados, homens com noção do campo de batalha, homens com tática de combate, homens com equipamentos. Então eu acho que é muito provável que as investigações desvendem que ali não tinham só manifestantes.
Bolsonaro permitiu acampamentos que levaram ao 8/1
Sobre os acampamentos golpistas, ele afirmou que "não há precedente na história do Brasil".
Esses acampamentos foram montados no dia seguinte ao resultado da eleição. E esses acampamentos jamais teriam sido montados se eles não tivessem contado com o apoio do então comandante em chefe das Forças Armadas, na época, o senhor Jair Messias Bolsonaro.
"Bolsonaro vai ter que responder por isso", afirmou o secretário. "Ele passou quatro anos atacando as instituições democráticas. Ele passou quatro anos atacando o Supremo Tribunal Federal. Ele passou quatro anos atacando as urnas eletrônicas, o processo democrático das eleições no Brasil. Depois ele perde as eleições e permite que acampamentos golpistas sejam montados em frente ao quartel-general do Exército", lembrou.
Então, a minha compreensão é que uma hora ele vai ter que responder por esses atos.
Ibaneis errou ao nomear Anderson Torres: "Eu creio que o erro do governador Ibaneis, à época, foi o pouco cuidado na escolha do seu secretário de Segurança Pública. Porque o senhor Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança de Bolsonaro, era do núcleo do governo anterior, é um núcleo que conspirava, que atacava as instituições democráticas", disse.
"Então, num clima desse, de grande tensão no país, você pegar o ex-ministro da Justiça e Segurança do Bolsonaro e nomear secretário de Segurança da capital federal, me parece no mínimo uma imprudência, falta de cuidado", opinou.
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