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Ayres Britto: Dino é boa escolha, mas STF não pode cair no populismo

Flávio Dino, assim como Paulo Gonet, são boas escolhas para seus respectivos cargos e o STF (Supremo Tribunal Federal) deve ter cautela para não cair no populismo caso exposto por demandas de desgaste público-popular. A afirmação é do ex-ministro e presidente do STF Carlos Ayres Britto, durante o UOL News desta quinta-feira (14).

Flávio Dino sabe que o que lhe cabe é cumprir a vontade objetiva da Constituição, e não a vontade subjetiva de quem quer que seja, nem dele mesmo. O que interessa não é o sujeito cognoscente, é o objeto cognoscitivo de nome Constituição Federal. [...] Flávio Dino, que sempre se revelou um agente público de primeira qualidade, será um excelente ministro do STF. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

Não basta ser honesto, tem que parecer honesto, tem que ter todas as aparências, tem que ter humildade e autenticidade. Eu acredito mesmo que o Flávio Dino, tanto quanto Paulo Gonet, entendo que foram duas boas escolhas à altura dos respectivos cargos, o Brasil está de parabéns com isso. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

O ex-presidente do STF também comenta sobre a posição que o Supremo acaba tomando em termos políticos, por exemplo, em questões como o Mensalão, Petrolão e Lava Jato.

Democracia é um processo. A própria Constituição, para ser bem entendida, demanda tempo para ser compreendida. Até porque ela é muito rica de princípios, separação de poderes, liberdade de iniciativa, de imprensa, de expressão. Os princípios são janelas abertas para o futuro. Demanda uma interpretação futurista mesmo, evolucionista. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

À medida que o tempo passa vamos enxergando mais claramente a Constituição, a grandeza desta Constituição. O que nos torna um país juridicamente primeiro-mundista. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

Britto diz que o Supremo precisa de tempo para amadurecer, e que precisa de mais didatismo, porém sem cair no populismo para agradar a opinião pública, já que o Judiciário não pode dar o silêncio como respostas em pautas desgastantes.

As instituições também amadurecem com o tempo, precisam de tempo. O Supremo também precisa de um tempinho. Agora, é preciso entender o seguinte: enquanto os outros dois poderes — Executivo e Legislativo — comodamente podem dar o silêncio como resposta às demandas que lhes são encaminhadas para não sofrerem desgaste público-popular. O Judiciário não pode dar o silêncio como resposta. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

Talvez falte ao Supremo um pouco mais de didatismo, clareza nas suas decisões. Não para dar satisfação à opinião pública, porque isso é demagogia, jogar para a plateia, é populismo. Mas para dar satisfações à opinião pública, lavrando decisões claras, inteligíveis pelo grande público. Carlos Ayres Britto, ex-presidente e ministro do STF

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