'Não vou te visitar na Papuda': conversas de políticos que foram expostas

Sergio Moro (União Brasil-PR) teve algumas mensagens de celular flagradas durante uma sessão no plenário do Senado. Nelas, o senador foi alertado por um aliado a não expor voto em Flávio Dino e também a não fazer nenhuma declaração em vídeo.

O parlamentar, porém, não foi o primeiro a ter conversas flagradas.

Relembre:

Jair e Eduardo Bolsonaro

Em fevereiro de 2017, Jair Bolsonaro foi flagrado em uma conversa com o filho Eduardo Bolsonaro. Durante eleição para presidente da Câmara, ele questionou por que o filho não compareceu à sessão. O registro do celular do ex-presidente foi feito pelo fotógrafo Lula Marques, que cedeu as imagens à Veja.

Papel de filho da put* que você está fazendo comigo. Tens moral para falar do Renan? Irresponsável. Mais ainda, compre merdas por aí. Não vou te visitar na Papuda. Se a imprensa te descobrir aí, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne imediatamente.
Jair Bolsonaro em mensagem

Então, Eduardo respondeu: "Quer me dar esporro, tudo bem. Vacilo foi meu. Achei que a eleição só fosse semana que vem. Me comparar com o merda do seu filho, calma lá."

Bolsonaro e Nelsinho Trad

Em novembro deste ano, Bolsonaro articulou para tentar sabotar uma votação no Senado, mas falhou. Ele tentou convencer um senador que já foi seu aliado a não aprovar a reforma tributária, tema de interesse do governo do presidente Lula.

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"Trad, você amanhã será decisivo para derrotarmos a reforma tributária", disse o contato "JMB", mesmas iniciais do nome completo de Jair Messias Bolsonaro. JMB falava com o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), cujo partido é da base do governo. Trad, que votou a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) respondeu à mensagem chamando o contato de "presidente", e pediu a compreensão de Bolsonaro pela posição tomada.

Gleisi Hoffmann

"Alerta" para Gleisi. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, recebeu em março deste ano uma mensagem do coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, reclamando do que chamava de "perigosas indicações" do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o Conselho de Administração (CA) da Petrobras.

Flagra aconteceu no Palácio do Planalto. A mensagem recebida por Gleisi no celular, pelo aplicativo WhatsApp, foi fotografada pelo Estadão quando ela estava na cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família, no Palácio do Planalto. O nome do presidente da FUP aparecia no telefone da presidente do PT grafado como "Deyvid Petroleiro".

Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski

Votos combinados. Em agosto de 2007, os ministros do STF Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski foram flagrados combinando votos enquanto a Corte julgava uma denúncia do Ministério Público Federal sobre o mensalão. As mensagens foram flagradas em telas de computador e as imagens foram divulgadas pelo jornal O Globo.

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Ciro Nogueira

O grupo "Ministros de Bolsonaro". O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, teve a tela de seu celular flagrada pelo jornal Folha de S.Paulo. Na imagem, é possível ver um grupo chamado "Ministros de Bolsonaro" e também uma mensagem do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, escrevendo que os ataques do 8 de janeiro "ajudaram o Governo Lula".

Cândido Vaccarezza

"Proteção" de partido. Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo Dilma na Câmara de 2012, foi flagrado pelo SBT trocando mensagens de texto com o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Nelas, ele prometia que o PT iria certificar a proteção do governador em uma CPI do Cachoeira.

Celular de Cândido Vaccarezza com mensagem para Sérgio Cabral
Celular de Cândido Vaccarezza com mensagem para Sérgio Cabral Imagem: Reprodução / SBT

*Com Estadão Conteúdo

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