Ato pró-Bolsonaro: como é feita a contagem de pessoas em manifestações?

Enquanto a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou que o ato em apoio a Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista reuniu aproximadamente 600 mil pessoas, um grupo de estudo da USP estimou 185 mil presentes.

Mesmo com a diferença entre as estimativas, Pablo Ortellado, um dos responsáveis pelo projeto da universidade, disse em participação no UOL News que a manifestação realizada neste domingo (25) teve mais público presente do que a celebração da eleição do presidente Lula (PT) após as eleições de 2022.

Como funciona método usado pela USP?

Projeto responsável pela estimativa é o Monitor do Debate Político. Da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (Universidade de São Paulo), ele é coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto.

Para a contagem, são tiradas fotos aéreas que cubram toda a extensão da manifestação em questão. Então, sem que existam sobreposições, as imagens são setorizadas e é feita a aplicação do método Point to Point Network, um software que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.

No caso do ato em apoio a Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, a estimativa de público para o pico do ato, às 15h, é de 185 mil pessoas, indica o levantamento.

Às 17h, após os discursos, a contagem indicou 45 mil participantes. A equipe acompanhou a manifestação, produziu imagens aéreas às 15h e às 17h e contou o público com auxílio do software.

Foram tiradas 43 fotos no período. 11 fotos foram selecionadas de forma a cobrir a extensão da manifestação na Avenida Paulista, sem sobreposição. Cada uma das fotos foi repartida em oito pedaços. Em cada parte, foi implementado o método Point to Point Network.

O método tem precisão de 72,9% e acurácia (nível de exatidão) de 69,5% na identificação de cada indivíduo, de acordo com os pesquisadores. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12% para mais ou para menos para imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.