'Destrói credibilidade', 'não anula': políticos reagem a áudios de Cid
Políticos divergiram nas redes sociais sobre o efeito da divulgação dos áudios do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) sugeriu ter sido pressionado pela Polícia Federal e criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes. Os áudios foram revelados pela revista Veja, aos quais o UOL também teve acesso.
O que aconteceu
Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação da Presidência, disse que as falas são gravíssimas, e que a defesa do ex-presidente vai tomar as "devidas providências" ao longo do dia.
Já a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que os áudios não apagam as provas de que Bolsonaro "conspirou com chefes militares e empresários para dar um golpe". "A PF está atuando dentro do devido processo legal, das determinações do Judiciário e em sintonia com o Ministério Público. Bolsonaro ataca a PF porque morre de medo de ser preso", escreveu.
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) disse que a divulgação dos áudios de Cid "destrói a credibilidade da sua delação". "Como temos denunciado há anos, parece que o verdadeiro 'pau de arara' do século 21 e a verdadeira tortura de presos para obter delações, como disseram os senhores Dias Toffoli e Gilmar Mendes, não estava, como nunca esteve, na Lava Jato", disse o ex-procurador da Lava Jato, que teve o mandato de deputado cassado no ano passado.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) diz que os áudios não anulam "os crimes cometidos por Bolsonaro e seu entorno". "As provas que apontam pra isso são sólidas e não apenas frutos de delações", escreveu.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disse que Mauro Cid "está sendo torturado". "Eu sinto pena desse cidadão. Ele está sendo torturado, foi torturado durante vários dias, está sendo torturado até hoje, psicologicamente, para que ele fale algo que possa ajudar a esse sistema condenar pessoas que já são condenadas na cabeça deles", declarou.
Já o deputado Carlos Veras (PT-PE) disse que a delação de Cid só foi homologada porque a PF tem outras provas que corroboram o que foi dito. "Apesar do esforço do roteirista em produzir um texto verossímil, os áudios devem complicar ainda mais o ex-ajudante de ordens, que pode ter suspendido seu acordo de delação premiada", escreveu.
Desde a publicação da matéria da revista @VEJA sobre um potencial jogo duplo do Tenente Coronel Mauro Cid meu telefone derreteu de tantas chamadas. Confesso que fui surpreendido e ainda não tenho opinião formada, nem juízo de valor, diante de tantas possibilidades que podem ter?
-- Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 22, 2024
Vazamento de gravação clandestina não vai apagar as provas, muitas provas, de que Bolsonaro conspirou com chefes militares e empresários para dar um golpe.
-- Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 22, 2024
A Polícia Federal, no governo Lula, está resgatando a credibilidade da instituição, com seriedade e ações dentro da lei,?
Mauro Cid destrói a credibilidade da sua delação e do trabalho da PF e do STF no caso contra Bolsonaro!
-- Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 21, 2024
Em áudios bombásticos divulgados nesta noite pela revista Veja, Mauro Cid diz que a Polícia Federal o induziu a "corroborar declarações de testemunhas" e que um dos? pic.twitter.com/1kryNCxIFC
O vazamento do áudio de Mauro Cid não anula os crimes cometidos por Bolsonaro e seu entorno! Temos que lembrar dos inquéritos:
-- Lindbergh Farias (@lindberghfarias) March 22, 2024
- da fraude do cartão de vacina
- ?do roubo de joias
- ?da minuta do golpe
O fato é que Bolsonaro CONSPIROU com chefes MILITARES e EMPRESÁRIOS pra? pic.twitter.com/Iclp4jFIlr
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