Ricardo Nunes diz querer apoio de ultradireita 'que defenda a democracia'
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou querer o apoio da ultradireita, desde que ela não desrespeite os princípios democráticos, à sua campanha para a reeleição. Em entrevista ao programa Alt Tabet, do Canal UOL, o emedebista ressaltou que todo apoio conta, mas não pode contrariar os seus princípios.
Nunes disse ser um defensor do Estado Democrático de Direito. "Desde que esse apoio seja algo que defenda a democracia, lógico que vou querer. Apoio é algo importante desde que não coloque em riscos os seus valores e princípios".
O prefeito também destacou que seu histórico político é em defesa dos valores democráticos. "Sempre defendi transparência e democracia. É minha história de vida. Ninguém vai mudar a minha história de vida, que é essa".
A ultradireita foi assunto da entrevista porque Nunes se reuniu, em maio, com Matteo Salvini, líder da ultradireita europeia, sem divulgar o encontro em sua agenda oficial. Segundo o prefeito, o encontro aconteceu porque ele acompanhou o deputado Tomé Abduch (Republicanos-SP) em uma reunião com Salvini, vice-premiê e ministro da Infraestrutura da Itália.
Nunes compara apoio de Bolsonaro a apoio de Maluf a Haddad
Nunes disse que sem o apoio do Maluf em 2012, o petista não teria ganhado a disputa pela Prefeitura de São Paulo. "A direita naquele momento era representada pelo Maluf, o Haddad do PT trouxe o apoio do Maluf, teve uma ação de se apresentar como se fosse de centro. Hoje a gente tem em São Paulo uma ação de ter o centro, que é o meu campo, para a gente poder ter a direita junto".
O emedebista ressaltou que teve a garantia do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de que terá o apoio de Bolsonaro, mas falta o ex-presidente sinalizar esse endosso publicamente. "Falta ele vir a público falar e confirmar nas convenções. A confirmação que tenho é do Valdemar, que disse ter conversado com Bolsonaro e ele aceitou que o PL não tivesse candidatura própria e me apoiasse".
Nunes assumiu Prefeitura de SP 'abalado': 'A prática me assustava'
Ele se referiu a Bruno Covas, que foi prefeito quando Nunes atuou como vice, como um "amigo e irmão" e afirmou que a morte do tucano o deixou "abalado emocionalmente". "A gente perdeu o Bruno dia 16 de maio de 2021, era um momento de muitos óbitos provocados pelo pico da pandemia, e eu perco um amigo, um irmão [e ter que] assumir uma cidade desse tamanho, dessa complexidade, você fica abalado emocionalmente".
Ricardo citou receio por ter que administrar a cidade no auge da pandemia. "A prática me assustava. Tinha que cuidar para não faltar enfermaria, UTI e não faltou para ninguém na cidade de São Paulo".
Nunes admitiu ter buscado ajuda de ex-prefeitos da cidade, como Gilberto Kassab (PSD) e José Serra (PSDB). "Procurei o Kassab, fui na casa dele, ele falou: 'Faz isso, faz aquilo, pode contar comigo'. Ele foi [um mentor]. O Serra chegou lá e falou: 'Ricardo, é um grande desafio, mas pode contar comigo'".
Era um momento muito difícil, não era uma situação normal, prevista. Tinha acabado de visitar o Bruno no hospital, ele contando piada, de repente vem a notícia da morte. Qualquer pessoa nessa situação vai ter humildade de pedir ajuda, não que eu não soubesse o que fazer, mas para eu errar menos, pensar, raciocinar.
-- Ricardo Nunes
Alt Tabet no UOL
Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Ricardo Nunes:
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