Ramagem nega monitoramento de autoridades e diz que PF 'criou alvoroço'

Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, nega que autoridades tenham sido monitoradas pela agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e classificou a operação da PF como um "alvoroço".

O que aconteceu

Ramagem afirma que nomes que estão em relatório da PF foram citados por outros investigados. Segundo o ex-diretor, autoridades judiciais e legislativas não tiveram suas comunicações interceptadas, mas tiveram seus nomes citados em mensagens por outros alvos da PF. "Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados", disse.

PF trouxe lista de autoridades para "criar alvoroço", disse o ex-chefe da Abin. Para Ramagem, a operação deflagrada ontem para apurar a atuação de uma "Abin paralela" no governo Bolsonaro mostra que a corporação "despreza os fins de uma investigação". Ele disse ainda que o conteúdo do relatório da PF tem "ilações e rasas conjecturas".

Ramagem alega que outros órgãos além da Abin também usavam sistema de rastreamento de celulares. Segundo ele, o sistema First Mile foi adquirido por outras 30 instituições governamentais, mas isso foi colocado "de lado" pela PF. No caso da Abin, Ramagem diz que a aquisição do programa foi regular e com parecer favorável da AGU (Advocacia-Geral da União).

Ex-Abin também criticou mandados de prisão contra entendimento da PGR. As prisões foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em posicionamento contrario ao de Paulo Gonet. "A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação", afirmou Ramagem.

Ramagem negou interferência em processo para beneficiar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). "A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial", disse o ex-diretor da Abin. Segundo a PF, a "Abin paralela" buscou "podres e relações políticas" de auditores da Receita Federal que investigaram o suposto esquema de rachadinhas de Flávio quando ele era deputado estadual na Alerj.

Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro. Alexandre Ramagem (PL-RJ)

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