Abin diz não haver indício de participação de mais pessoas em ataque ao STF
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) afirma que não há indícios de "atuação conjunta" nas bombas que foram detonadas na noite desta quarta-feira (13) na praça dos Três Poderes, em Brasília.
O que aconteceu
Agência afirmou que, "por ora", informações mostram que homem agiu sozinho. Análise dos acontecimentos está em relatório da Abin das 22h30 de ontem que foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a diversos órgãos do Ministério da Defesa e do Ministério da Justiça.
Relatório da Abin também lista publicações que autor fez sobre planejamento de explosões. O homem disse nos posts que colocaria explosivos nas casas de do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney. Segundo ele, esses artefatos explodiriam em 72 horas. O autor também convocou uma "revolução" para o dia 15 de novembro e sugeriu que se explodiria.
PF investiga caso como ato terrorista
Inquérito foi aberto ainda na noite de ontem. Hoje de manhã, fontes da Polícia Federal informaram ao UOL que o caso será tratado como ato terrorista. Em nota divulgada ontem, cerca de duas horas após as explosões, a PF informou que um inquérito policial seria instaurado para apurar os ataques.
Ex-mulher diz que autor queria matar Moraes
Ex-mulher do autor das explosões deu a declaração para agentes de Santa Catarina. Ela e outros familiares de Francisco Wanderley Luiz foram localizados por agentes da PF. Ela disse que o principal alvo era o ministro Alexandre de Moraes e "quem mais estivesse junto".
Ela afirma que o ex-marido só morreu porque foi descoberto. Nas imagens do circuito de câmeras da praça dos Três Poderes, é possível ver que Luiz recua depois de ser abordado por um segurança. Ele joga alguns explosivos contra a sede do STF, depois se deita no chão com um explosivo perto da cabeça e morre após a detonação (veja vídeo acima).
PM diz que achou mais bombas em casa de autor
A polícia diz que o local onde autor de explosões se abrigava era "ambiente confinado". Segundo o major Raphael Broocke, da PM do DF, policiais entraram no local e fazem uma varredura mais cuidadosa do que os trabalhos na praça dos Três Poderes. "Ali o cuidado é muito maior porque envolve outras residências. É um ambiente confinado. Então os policiais estão tendo um cuidado redobrado, muito maior do que o cuidado que se teve aqui", afirmou Broocke.
Casa onde foi realizada busca faz parte de conjunto de quatro quitinetes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o imóvel era alugado pelo homem que detonou as bombas e essas buscas na residência foram feitas por volta das 22h desta quarta-feira (13) pela polícia. Os relatos de policiais dão conta de que o local tinha muita bagunça e vários objetos espalhados.
Cinto com explosivos no autor foi identificado por robô e removido por policial com traje antibomba. O major Broocke disse que as bombas não foram retiradas pelo robô em razão de uma "limitação operacional" do equipamento da PM. Por isso, um policial precisou se aproximar para fazer o corte dos fios que conectavam o cinto aos explosivos. "Foi uma operação muito delicada justamente para evitar que ocorressem novas explosões", afirmou o porta-voz da PM.
PM também monitora locais onde autor das bombas passou para verificar se há mais explosivos. "Está sendo feito monitoramento dos locais que ele passou para as equipes conseguirem se aproximar ao máximo das possibilidades de ele ter colocado bomba em outras regiões, mas tudo em investigação ainda", acrescentou Broocke.
Corpo em frente ao STF foi recolhido às 9h05, quase 14 horas depois da explosão, e liberado para o IML. A perícia no local terminou na manhã desta quinta-feira (14). Francisco Wanderley Luiz se aproximou da entrada do STF por volta das 19h30 de ontem e ativou os explosivos que tinha no corpo. Segundo o relato de um segurança da Suprema Corte, o homem circulou pelo local com "atitude suspeita" e deitou no chão para esperar as bombas explodirem. Um carro também explodiu no estacionamento da Câmara.
Praça dos Três Poderes está com segurança reforçada na manhã desta quinta-feira (14). Na Esplanada dos Ministérios, policiais instalaram grades para proteger os prédios e viaturas estão estacionadas nas ruas com agentes fazendo a vigia dos arredores. No Palácio do Planalto, o Exército está de plantão na entrada para fazer a proteção do local. As Forças Armadas foram acionadas pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
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