Salles sobre Bolsonaro saber de golpe: 'Possível, mas não dá para afirmar'
Os planos para tentativa de golpe e assassinatos que levaram a prisão preventiva de quatro militares possivelmente eram conhecidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não é possível afirmar com certeza até a conclusão das investigações, declarou o deputado federal Ricardo Salles (NOVO-SP) em entrevista ao UOL News desta quarta-feira (20).
Dizer que é possível que ele tenha conhecimento, claro que sim, é possível que sim, mas não dá para afirmar que ele tenha conhecimento.
Eu não estou sendo cauteloso só por uma questão política, eu estou sendo cauteloso porque o Brasil tem sofrido nos últimos anos um excesso de açodamento, de condenações, tanto no campo moral quanto jurídico, de atropelamento do processual, de afastamento da presunção de inocência das pessoas. Isso é uma coisa muito grave.
Eu disse aos meus amigos juristas, sobretudo os criminalistas, que são, na sua maioria, gente de esquerda. Os melhores criminalistas do Brasil, ou a maioria dos melhores criminalistas, são de esquerda e muitos dos quais são meus amigos pessoais.
Eu tenho a mesma crítica ao açodamento, ao não observância ao devido processo legal, ao afastamento da presunção de inocência que vocês fizeram, com justa medida, no caso da Lava Jato, vocês não estão fazendo agora. Você tem que jogar com os fatos e com a lei. E, naturalmente, há uma questão muito personalizada.
Ricardo Salles, deputado federal
O ex-presidente Bolsonaro se manifestou pela primeira vez na manhã desta quarta-feira (20) após a operação da Polícia Federal por meio do X. Ele publicou um vídeo de 2019 em que um youtuber de esquerda incita que ele seja assassinado.
A publicação de Jair Bolsonaro foi feita pouco mais de 24 horas após a operação da PF. A investigação revelou que militares ligados ao governo dele, inclusive um general da reserva que chegou a ser ministro interino, planejaram matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022. Uma operação para assassinar o ministro do STF chegou a ser colocada em prática e só foi desmobilizada de última hora, segundo a PF.
O ex-presidente ainda não comentou sobre o plano de mortes e a prisão dos quatro militares. A trama, na avaliação dos investigadores, reforça as provas e os relatos obtidos pela PF sobre a participação do ex-presidente, de aliados e de militares nas discussões por um golpe que evitasse a posse de Lula.
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