Sâmia: Responsável por golpe, Bolsonaro ameaça democracia e deve ser preso

O ex-presidente Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia no Brasil e deve ser preso por seu envolvimento direto na trama golpista, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) em entrevista ao UOL News nesta quarta (20).

Sâmia enviou um ofício ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes pedindo a prisão preventiva de Bolsonaro após as revelações feitas pela Polícia Federal em torno do plano golpista que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.

Nós oficiamos o STF, através do ministro Alexandre de Moraes, que está à frente desse inquérito, para chamar atenção e colocar o principal responsável, operador e articulador da tentativa de golpe, que é Jair Bolsonaro e o seu candidato a vice, seu ex-ministro Braga Netto, também como alvo de quem não pode seguir em liberdade.

Há dois artigos no Código Penal que falam sobre o risco à ordem pública de eles permanecerem em liberdade, principalmente Bolsonaro. Ainda que não seja mais presidente, ele segue evidentemente com grau de influência sobre possíveis testemunhas, com possível manipulação sobre fatos que possam levar a uma melhor condução do trabalho da Polícia Federal.

Bolsonaro não é um ator político irrelevante. Ao contrário; ele influencia milhões de pessoas. Não é à toa que tanto Flávio quanto Eduardo Bolsonaro, ao serem questionados sobre a operação da Polícia Federal, não negaram. Eles só tentaram convencer a sociedade de que não seria crime o desejo de matar alguém.

Evidentemente, não se trata de um desejo. Há uma série de provas de que, de fato, arquitetaram, chegaram a tentar fazer isso contra o presidente, o vice e o ministro. Já estão repercutindo socialmente essa orientação por parte do Jair Bolsonaro. Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

Sâmia criticou a relativização da trama golpista por parte de parlamentares da oposição e a falta de posicionamento de Arthur Lira, presidente da Câmara, sobre o caso.

O que fizemos foi um alerta com base em dois artigos no Código Penal e com base no que significa o risco à democracia da manutenção da liberdade de Jair Bolsonaro. Mas o poder de acionar a prisão e de tomar providências cabe ao ministro Alexandre de Moraes ou ao próprio Ministério Público Federal.

O papel do PSOL é acima de tudo político. É impossível banalizar, secundarizar ou desconsiderar quem é Bolsonaro, seu entorno e o papel que o Braga Netto tem. Em um contexto no qual temos silêncio completo do Congresso, com o presidente da Câmara fingindo não ter nada acontecendo e vendo membros do PL e de partidos do entorno indo à tribuna e banalizando o que houve, acreditamos que temos um papel político de apontar justamente o contrário.

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É necessário que as investigações sigam adiante e que cheguem no principal responsável: o ex-presidente da República, que merece ter a punição devida. Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

Tales: Plano homicida contra Lula tem caráter mais violento que golpe de 64

O plano de golpe que previa o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes mostrou-se mais violento do que o golpe militar de 1964, disse o colunista Tales Faria.

Esse golpe tem no seu planejamento uma característica homicida mais violenta do que o golpe militar de 1964. Lá atrás, não se planejava a morte de João Goulart, que se mandou do país. Não houve uma violência premeditada como essa, com as mortes do presidente, do vice e de um ministro do STF. É um golpe homicida em sua essência.

Esses homicídios todos, e talvez por aí tenha uma parte da vergonha que está causando na direita e nos próprios aliados de Bolsonaro, foram planejados dentro do Palácio do Planalto, na casa do candidato a vice do Bolsonaro [o general Braga Netto]. A impressão do documento que propunha esse golpe e detalhava como seriam esses homicídios foi feita no Planalto.

Depois, foi conversado sobre esse documento na casa do Braga Netto, com [o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro] Mauro Cid, o general Mario [Fernandes], que o escreveu propondo os assassinatos... É um golpe com características mais violentas do que o planejado em 64. Tales Faria, colunista do UOL

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