Brígido: Governo vê momento ideal para atacar privilégios de militares
O governo Lula (PT) acredita que esse é o momento "perfeito" para cortar os privilégios dos militares, afirmou a colunista Carolina Brígido no UOL News da tarde deste domingo (1º).
Dentro do governo, é visto, sim, como privilegiada a situação de militares e esses benefícios todos que eles têm direito. Nessa semana, a gente viu os indiciamentos contra militares de alta patente por esse relatório da Polícia Federal, e há expectativa deles serem denunciados também pela Procuradoria-Geral da República.
O que a gente apurou é que o próprio presidente Lula pediu para ir em cima desses privilégios porque o momento é perfeito, que eles são privilegiados há bastante tempo. Dentro do governo, foi visto como um momento ideal para atacar esses privilégios e de alguma forma responder aos militares. É bom a gente sempre pontuar que houve uma tentativa de golpe com a participação de militares de alta patente inclusive dentro do plano tinha essa expectativa de assassinato do presidente eleito.
Brígido ressaltou ainda que o governo não tem intenção de recuar e que a expectativa é que o temas seja debatido em reunião ainda essa semana.
Fica mais fácil, inclusive, para o governo cortar esses privilégios que já estão sendo visados há bastante tempo. A expectativa do governo é que tenha uma reunião ainda nessa semana para debater isso, para detalhar como que isso será feito. O governo não tem intenção de recuar em relação aos cortes desses benefícios dos militares. Então, é provável que a gente viva hoje numa época em que esses privilégios tenham bastante chance de serem cortados.
O que aconteceu
Lula se reuniu ontem (30) com ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas. Os comandantes militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram para discutir a "tesourada" de R$ 2 bilhões nas Forças Armadas. As mudanças fazem parte de um pacote de corte de gastos em todo o governo anunciado na quinta-feira (28), em que o Ministério da Fazenda pretende economizar R$ 70 bilhões.
A reunião de Lula como Múcio e os militares aconteceu no Palácio da Alvorada e durou duas horas. Segundo o UOL apurou, os comandantes Marcos Olsen (Marinha), Tomás Paiva (Exército) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica) disseram ao presidente que precisam discutir a definição da idade mínima e que concordam com quase todas as mudanças propostas pelo Ministério da Fazenda. São elas:
- definição de idade mínima para poder entrar na reserva remunerada;
- fim do pagamento de pensão a familiares de militares expulsos das Forças;
- contribuição de 3,5% do salário para o Fundo de Saúde;
- fim da transferência de pensão para dependentes.
Privilégios não são oferecidos a outras carreiras. Mesmo antes da reforma previdenciária de 2019, esses benefícios já eram considerados privilégios por especialistas porque não se aplicam a outras carreiras na iniciativa privada e no setor público.
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