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Autoridades dos EUA confirmam que remédio contaminado causa meningite; já são 20 mortes

Em Chicago

18/10/2012 19h30

As autoridades sanitárias americanas confirmaram esta quinta-feira (19) que os remédios contaminados relacionados a uma série de casos de meningite continham, efetivamente, o fungo causador da infecção e cuja administração deixou 20 mortos.

O número de casos foi mantido em 257, incluindo três infecções conjuntas vinculadas às injeções do esteroide contaminado, segundo o último relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Os primeiros testes demonstraram a presença do fungo em remédios intravenosos produzidos pelo New England Compounding Center (NECC), mas foi preciso mais tempo para confirmar o tipo de fungo causador desta rara forma de meningite: 'Exserohilum rostratum'.

"A confirmação do laboratório favorece a vinculação das injeções de esteroides destes lotes do NECC ao surto identificado em vários estados de meningite fúngica e infecções conjuntas", anunciou em um comunicado a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (Food and Drug Administration, FDA).

As autoridades sanitárias calculam em aproximadamente 14.000 os pacientes em 23 Estados que podem ter tomado os esteroides infectados, normalmente administrados em forma injetável na coluna para tratar dores nas costas.

Os funcionários advertiram que um número indeterminado de pessoas podia correr risco de adoecer após receber outros medicamentos produzidos pela empresa de manipulação farmacológica sediada em Massachusetts, que carecia de procedimentos de esterilização apropriados.

O surto crescente gerou apelos por uma maior regulamentação na pouco controlada indústria de compostos farmacêuticos.

Os críticos afirmam que os fabricantes de remédios encontraram uma forma de enganar a estrita e custosa supervisão denominando-se de farmácias, o que lhes dá maior liberdade para misturar compostos farmacológicos para os pacientes.

O NECC encerrou suas operações e retirou todos os produtos do mercado depois dos casos de infecção.
 
(Com AFP e Reuters)