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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta sexta-feira (27)

Boris Johnson, premiê britânico, foi diagnosticado com covid-19 - EDDIE MULHOLLAND/AFP
Boris Johnson, premiê britânico, foi diagnosticado com covid-19 Imagem: EDDIE MULHOLLAND/AFP

Do UOL, em São Paulo

27/03/2020 14h42

Um dia depois de a proposta de R$ 600 ser aprovada na Câmara dos Deputados, o Governo anunciou mais uma medida emergencial na economia para combater os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus: a criação de uma linha de crédito para bancar a folha de pequenas e médias empresas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a medida é tímida.

Enquanto isso, o número de casos de covid-19 no Brasil não para de crescer. O novo boletim só será anunciado pela tarde, mas o prefeito de Porto Alegre anunciou a segunda morte no Rio Grande do Sul em decorrência da doença. Hoje, o Ministério da Saúde confirmou a morte de 92 pessoas, com 3.417 casos.

Neste cenário, o ministro da Justiça, Sergio Moro, assinou hoje uma portaria fechando as fronteiras com os países que já haviam fechado as fronteiras com o Brasil. Assim, estrangeiros de qualquer país que estejam viajando para países que estavam com as fronteiras fechadas não poderão sequer passar pelo território brasileiro.

No mundo, os números também não param de crescer, com a Espanha (769 óbitos) e Itália (969) registrando recordes em 24 horas. Já no Reino Unido o primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou que foi diagnosticado com covid-19.

Coronavírus liga alerta pelo mundo

Incentivos na economia

O governo federal anunciou hoje que vai criar uma linha de crédito de R$ 40 bilhões destinados ao pagamento de salários de funcionários de pequenas e médias empresas por até dois meses. Em contrapartida, o empresário terá que se comprometer a não demitir os trabalhadores em decorrência da crise causada pela pandemia do coronavírus.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, além de medidas para atender as vítimas do coronavírus, é preciso se preocupar com os empregos, de forma a diminuir o máximo possível o tamanho das ondas de infecções e do desemprego. "Elas caminham simultaneamente", disse o presidente ao abrir uma entrevista para anúncio das medidas econômicas.

Já outra medida, o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores sem carteira assinada, será votada na segunda-feira pelo Senado depois da aprovação na noite de ontem na Câmara dos Deputados.

Já na Justiça, a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressou ontem com uma ação direta de inconstitucionalidade pedindo que o STF (Supremo Tribunal Federal) permita que o governo federal possa implantar programas de proteção à parcela mais vulnerável da sociedade e de estímulo à economia durante a pandemia de coronavírus

Mais uma morte confirmada no RS e 25 sob investigação no Rio

Com a pandemia se espalhando pelo Brasil, as notícias locais ganham destaque a cada dia. Em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) informou que o Rio Grande do Sul registrou a segunda morte por covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Segundo ele, a vítima é um idoso de 88 anos que estava internado na UTI.

Já no Rio de Janeiro, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, disse que 25 mortes estão sendo investigadas como suspeitas de terem sido provocados pela covid-19. Até o momento, nove pessoas que contraíram o novo coronavírus morreram no Estado segundo balanço oficial.

"Há 25 mortes em investigação pela possibilidade de ser ou não por coronavírus, todas têm aquela ligação epidemiológica mais forte", disse o secretário em entrevista ao Bom Dia RJ da TV Globo.

Isolamento em debate

Os estados de Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia reabriram parcialmente o comércio hoje. As medidas vêm na esteira da postura defendida pelo presidente Jair Bolsonaro de isolamento vertical - isolamento social só foram mantidas para idosos e grupos de risco -, postura que é rejeitada por grande parte dos estados brasileiros. Na cidade de Balneário Camboriú (SC) houve carreata para celebrar o fim da quarentena.

Já o Distrito Federal se viu no meio de uma polêmica depois que o presidente Jair Bolsonaro ironizou os governadores com base em uma corrente que se espalhou pelas redes sociais e indicava que o chefe do Executivo, Ibaneis Rocha (MDB), poderia reabrir o comércio e retomar as atividades na próxima segunda-feira.

Depois de negar que pensava em mudanças até o dia 5 de abril, o governador disse que vai flexibilizar parcialmente a quarentena na capital federal.
"Correspondentes bancários, lotéricas, lojas de conveniência (poderão ser reabertos) desde que não possam ser consumidos produtos no local", afirmou à coluna de Carla Araújo.

Escalada na Espanha e Itália; Boris Johnson com covid-19

Já na Europa, a Espanha comunicou seu boletim diário com um recorde de mortes em 24 horas: 769 pessoas vítimas de covid-19. Ao todo, já são 4.858 vítimas fatais e 64.059 casos confirmados.

Na Itália, 969 morreram nas últimas 24 horas, novo recorde. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao ter divulgado o vídeo de uma campanha que dizia que a cidade "não para", no fim de fevereiro.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson informou hoje que seu teste para o novo coronavírus deu positivo. "Nas últimas 24 horas, desenvolvi sintomas leves e testei positivo para coronavírus. Agora estou me isolando, mas continuarei liderando a resposta do governo por videoconferência enquanto combatemos esse vírus. Juntos vamos vencer isso", escreveu o premiê.

A França, por sua vez, estendeu a quarentena até o dia 15 de abril e lamenta a morte da vítima mais jovem da covid-19 registrada no mundo. Julie, de 16 anos, morreu na terça-feira (24) no Hospital Necker de Paris, especializado em doenças infantis, 24 horas depois de ser hospitalizada com insuficiência respiratória.

Carta de Trump

O presidente Donald Trump enviou cartas aos norte-americanos com recomendações de prevenção contra o novo coronavírus. As cartas foram enviadas no dia 16 de março e pedem, entre outros, para que a população fique em casa e alerta que mesmo os mais jovens e saudáveis correm risco.

O documento foi elaborado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças e pela Casa Branca, responsáveis pelo envio, e diz que tais recomendações valerão por 15 dias (ou seja, até 31 de março) para evitar novas transmissões do vírus.