Pesquisadora da Fiocruz diz que conter variante indiana é 'muito difícil'
Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz e pneumologista, acredita que o Brasil não será capaz de conter a propagação da variante indiana da covid-19. Em entrevista à CNN, Dalcomo avaliou a situação atual do país, que teve os primeiros casos da cepa identificados no Maranhão.
"Eu não creio [que vamos controlar]. Acho que é só uma questão de tempo e nós vamos descobrir a variante da Índia circulando em outros locais, é muito difícil conter", afirmou.
Com o anúncio da variante indiana no Brasil, o Miinistério da Saúde aplicou testagem em larga escala em São Luís, capital de onde o vírus foi identificado, e começou a controlar as fronteiras. O estado também receberá 5% a mais de vacinas. No entanto, para a pesquisadora, faltou proatividade.
Na análise de Dalcomo, o cancelamento de voos da Índia deveria ter sido feito pelo menos há três semanas. "Eu conheço razoavelmente bem as condições indianas de controle sanitário. É muito precário. Então, quando começou na Índia, ficou óbvio que aquilo iria se disseminar", apontou.
A pneumologista acredita que as medidas, no mínimo, irão reduzir o impacto da nova cepa. "O Ministério da Saúde enviou testes, até uma quantidade grande, que pode testar metade da população de São Luís e de seus arredores. Talvez isso consiga determinar o tamanho do problema do ponto de vista epidemiológico, do impacto, mas não conseguirá controlar a transmissão", falou.
A pesquisadora, como vários outros cientistas e políticos, prevê a chegada de uma terceira onda da doença em breve no país. A cepa indiana pode contribuir para a piora do quadro. "Dependendo da taxa de transmissibilidade de uma variante, sem dúvida nenhuma, poderá causar uma situação muito grave no Brasil", disse.
Ontem, o Brasil registrou 894 mortes causadas por covid-19 em 24h, desde o início da pandemia 449.185 vidas foram perdidas por conta da doença. Também no domingo, o país chegou a um total de 41,9 milhões de vacinados contra o coronavírus, o que representa 19,82% da população. Os dados são obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
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