Não há casos de covid-19 na família de casal com a ômicron, diz secretário
O secretário de Saúde do município de São Paulo, Edson Aparecido, disse hoje que os familiares das duas primeiras pessoas a serem detectadas com a variante ômicron no Brasil não estão infectadas pela covid-19.
Os dois primeiros casos dizem respeito a um casal — um homem de 41 anos e uma mulher de 37 anos — que veio da África do Sul e desembarcou no Aeroporto de Guarulhos (SP) na semana passada.
"Nós testamos os cinco membros da família (do casal): três adultos e duas crianças. Deu negativo o exame de covid-19 de todos eles, o que é um dado bastante positivo, pois foram os contactantes mais diretos do casal", disse o secretário em entrevista coletiva.
Ao chegar no Brasil e serem diagnosticados com o novo coronavírus, tanto o homem como a mulher apresentavam apenas sintomas leves da covid-19, segundo a Secretaria da Saúde do estado de SP.
Ambos também já haviam tomado a vacina contra a covid-19 — na África do Sul, tanto o homem como a mulher receberam a dose única da Janssen contra a covid-19, segundo a Secretaria da Saúde do município de São Paulo.
Além do casal, há um terceiro caso já confirmado da variante ômicron no Brasil: um homem de 27 anos que, vindo da Etiópia, desembarcou em Guarulhos no último sábado (27). Até ontem, segundo a pasta estadual da Saúde, ele estava assintomático.
O que se sabe sobre a ômicron
Até agora, pessoas infectadas pela variante ômicron da covid-19, detectada inicialmente pela África do Sul na semana passada, mas que já estava em circulação pelos Países Baixos anteriormente, apresentaram apenas sintomas leves da doença.
"O sintoma mais comum é fadiga intensa por um ou dois dias, seguido de dores no corpo", disse a clínica-geral Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph.
Até o início da tarde de ontem, 19 casos da ômicron haviam sido diagnosticados em Botsuana, país localizado ao norte da África do Sul — porém, 16 dos infectados identificados não apresentaram nenhum sintoma, segundo uma autoridade sanitária local.
No último domingo (28), a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que a variante pode aumentar a chance de reinfecção pela covid-19, mas tranquilizou ao afirmar tratamentos contra versões anteriores do vírus também têm funcionado contra a ômicron.
Ouvido por VivaBem, o infectologista Alexandre Naime disse que, embora a ômicron tenha se mostrado mais transmissível que outras variantes, ela ainda não se mostrou capaz de provocar um aumento no número de internações e mortes pela doença.
Por enquanto, laboratórios estão conduzindo estudos para saber se as atuais vacinas disponíveis contra a covid-19 são capazes de lidar contra a ômicron, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já cobrou acesso aos dados obtidos pelas empresas.
A variante apresenta alterações que podem fazer com ela consiga "driblar" o sistema imunológico de pessoas já vacinadas contra o novo coronavírus. A hipótese, porém, ainda está em estudo.
"Então, não podemos dizer que as vacinas não funcionam (contra a variante ômicron) — é improvável, inclusive", disse ontem Lúcia Helena, colunista de VivaBem, ao UOL News, programa do Canal UOL.
Vacinação em massa é medida mais eficaz
A vacinação em massa continua sendo a medida mais eficaz contra a covid-19, protegendo, especialmente, contra a evolução da doença para quadros graves, como internação e morte pelo vírus.
Na última sexta-feira (26), um dia depois da identificação da ômicron, a OMS pediu para que, individualmente, as pessoas ajudem no combate à variante tomando medidas já conhecidas contra a covid-19, como:
- Uso de máscara bem ajustada ao rosto;
- Higiene constante das mãos;
- Distanciamento físico;
- Melhora da ventilação em ambientes que não sejam ao ar livre, como salas;
- Preferência por evitar espaços lotados;
- Se vacinando contra a covid-19.
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