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Venezuela descriminaliza homossexualidade nas Forças Armadas

Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Imagem: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

17/03/2023 06h11Atualizada em 17/03/2023 07h20

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela anulou na quinta-feira um polêmico artigo do Código de Justiça Militar que penalizava a homossexualidade dentro das Forças Armadas com até três anos de prisão.

"A Sala Constitucional do principal tribunal da República anulou, a pedido do Defensor do Povo, cidadão Alfredo Ruiz Angulo, o texto do parágrafo único do artigo 565 do Código Orgânico da Justiça Militar, por carecer de suficiente clareza e precisão jurídica no que diz respeito à conduta que pretendia sancionar", anunciou o TSJ em seu site.

"A referida norma, cuja existência foi questionada por organismos internacionais, impunha pena de 1 a 3 anos de prisão ao militar que cometesse 'atos sexuais não naturais', sem definir o que se deve entender por tais atos", acrescenta o comunicado.

O tribunal também considerou que "a interpretação, à luz das atuais concepções científicas, sociais e jurídicas, não é compatível com a Constituição nem com instrumentos internacionais (...) por ser contrária ao postulado fundamental da progressividade em termos de garantia dos direitos humanos".

A decisão do TSJ, que deveria declarar a inconstitucionalidade ou não do artigo, é considerada uma vitória por integrantes do movimento LGBT na Venezuela, um país eminentemente conservador.

"Depois de tantos anos de luta, nós conseguimos a nulidade do artigo do código de justiça militar", declarou à AFP o ativista Leandro Viloria, um dos líderes da campanha para abolir a norma, que provocou a expulsão de um número não divulgado de oficiais das Forças Armadas.