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'Esquerdopatas e derrotistas' erraram sobre G-20, diz Augusto Heleno

Renato Onofre, Eduardo Rodrigues e Gabriela Biló

Em Brasília

30/06/2019 14h09

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), participaram dos atos de hoje em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de membros da Operação Lava Jato. Os manifestantes também pediram aprovação de pautas ligadas ao governo, como a reforma da Previdência.

É a primeira vez que um membro do primeiro escalão do governo participa diretamente de atos pró-governo desde que Bolsonaro assumiu a Presidência. Pelas redes sociais, Moro também postou imagens dos atos. "Eu vejo, eu ouço. 'Apoiadores da Lava Jato realizam manifestações em diversos estados', disse o ministro na postagem.

Heleno chegou de camisa amarela e boné azul e subiu no carro de som onde estava Eduardo Bolsonaro. "O ministro Moro teve coragem de abandonar 22 anos de magistratura para se entregar à pátria sem ganhar nada, ao contrário", afirmou Heleno em um carro parado na frente do Congresso Nacional.

O ministro afirmou que os "esquerdopatas e derrotistas" erraram sobre a provisão do encontro do G-20 e que o presidente Bolsonaro saiu "homenageado" do Japão, onde ocorreu o encontro da cúpula.

"Hoje é um dia histórico para esse país. Nós acabamos de chegar, o presidente da República e sua comitiva, da reunião do Grupo dos 20 (G-20), que reúne os maiores países do mundo em Osaka no Japão. Mais uma vez, as previsões dos esquerdopatas, dos derrotistas, fracassaram. O presidente do Brasil volta de Osaka devidamente homenageado pelos grandes chefes de Estado do mundo. Foi recebido com todas as honras não só pelo governo japonês, mas por todos que estavam lá presente, incluindo o presidente [ francês Emmanuel] Macron, a presidente (sic) [alemã Angela] Merkel, o presidente [norte-americano Donald] Trump e todos os outros dignitários dos países", afirmou Heleno.

O filho do presidente atacou as supostas mensagens reveladas pelo site Intercept Brasil. Segundo ele, o portal constrói uma narrativa para fazer do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um "preso político, e não um vagabundo preso".

Eduardo Bolsonaro ainda insinuou, citando uma notícia falsa, que a intenção dos vazamentos de ódio estaria ligada à relação entre o jornalista Glenn Greenwald, fundador e editor do Intercept, e o seu marido, o deputado Davi Miranda (PSOL-RJ), que assumiu o mandato após a renúncia do ex-deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

"Ele é marido de um deputado do PSOL. Eu quero ver a imprensa pressionar o Jean Wyllys perguntando sobre essa suspeita de receber US$ 700 mil para sair do Brasil. Quem é que em sã consciência, recebendo um salário de deputado, sai daqui de mãos abanando. Não sai. Saiu por alguma coisa. Saiu porque estava desmoralizado", afirmou o filho do presidente.

As manifestações em favor da Lava Jato e do governo Bolsonaro foram convocadas em mais de 180 cidades pelo país. Em Brasília, cinco carros de sons foram usados e quatro bonecos foram inflados, entre eles um do ministro Moro vestido de super-herói e de Lula com roupa de presidiário.

Os atos em Brasília terminaram por volta das 13h. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.