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Projeto Tamar deixa de lançar 800 tartarugas por causa das manchas de óleo

2.out.2019 - Tartaruga coberta de óleo encontrada na praia de Itatinga, em Alcântara, no Maranhão - Julio Deranzani Bicudo/Reuters
2.out.2019 - Tartaruga coberta de óleo encontrada na praia de Itatinga, em Alcântara, no Maranhão Imagem: Julio Deranzani Bicudo/Reuters

Antonio Carlos Garcia, especial para o Estado

Aracaju

09/10/2019 07h55

Até agora, 800 filhotes de tartarugas marinhas deixaram de ser lançados ao mar pelo Projeto Tamar, em Sergipe, por causa das manchas de óleo que apareceram na costa litorânea desde o início de setembro. O coordenador do Projeto Tamar, César Coelho, disse que esse número se refere às tartarugas que conseguiram capturar, mas outras, cuja quantidade não soube informar, foram para o mar.

"Recebemos mais ninhos esta manhã e não registramos ainda", disse César Coelho, que aguarda mais informações para depois decidir se as tartarugas vão para o mar ou continuam no Projeto Tamar. "As equipes estão atentas, acompanhando o movimento das manchas. E aí decidiremos qual a melhor alternativa para os filhotes", completou o coordenador.

Normalmente, de cada mil filhotes de tartaruga lançados ao mar, um chega à idade adulta, por causa dos predadores naturais. "Mas o maior problema é a ingerência humana, que traz um prejuízo muito grande. Temos trabalhado bastante para acabar com as mortes das tartarugas da espécie Oliva, vítimas do arrasto do camarão", comentou Coelho.

Pesca

O presidente da Associação dos Engenheiros de Pesca, Anderson de Almeida Santos, também disse que os pescadores dos litorais norte e sul de Sergipe estão tendo prejuízos, pois os materiais de trabalho deles estão sujos com óleo cru.

"Os pescadores já pegaram, também, peixes manchados de óleo. Esse problema vai ter um impacto muito grande nas comunidades de pesca", frisou. "Ainda não temos a dimensão deste prejuízo."

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".