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2021 vai ser um pouco mais fresco que 2020, mas ainda estará entre os 6 anos mais quentes da história

O fenômeno La Niña já trouxe fortes chuvas para algumas regiões e provavelmente deixará o clima global um pouco mais frio em 2021 - Getty Images
O fenômeno La Niña já trouxe fortes chuvas para algumas regiões e provavelmente deixará o clima global um pouco mais frio em 2021 Imagem: Getty Images

Matt McGrath

Repórter de Meio Ambiente da BBC

27/12/2020 16h20

Os pesquisadores do centro de meteorologia do governo do Reino Unido preveem que 2021 será um pouco mais frio que 2020 em todo o mundo, mas ainda será um dos seis anos mais quentes já registrados.

O fenômeno climático La Niña no oceano Pacífico fará com que as temperaturas caiam, mas os gases causadores do efeito estufa continuarão sendo o maior fator de influência no clima global.

Os pesquisadores dizem que o mundo provavelmente ficará cerca de 1°C mais quente do que na era pré-industrial. Será o sétimo ano consecutivo que ficará próximo ou acima desta marca.

De acordo com as projeções do centro de meteorologia britânico, a temperatura da Terra em 2021 provavelmente ficará entre 0,91° C e 1,15º C acima do que eram nos anos 1850-1900, com uma estimativa média de 1,03º C.

O efeito La Niña

O La Niña se desenvolve quando fortes ventos sopram as águas quentes da superfície do Pacífico para longe da América do Sul e em direção às Filipinas.

O resultado disso é que as águas mais frias do fundo do oceano acabam vindo para a superfície do mar e reduzam as temperaturas ali.

Espera-se que o fenômeno provoque uma queda de 1°C ou 2°C, o que provavelmente será o suficiente para evitar que 2021 tenho um novo recorde de alta temperatura.

Os pesquisadores dizem que o impacto de um evento de resfriamento natural como o La Niña, embora seja importante, é ofuscado pelo aquecimento causado pelos gases do efeito estufa na atmosfera.

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Imagem: BBC

"É improvável que a temperatura global para 2021 seja a de um ano recorde devido à influência atual da La Niña, mas será muito mais quente do que outros anos anteriores que tiveram o fenômeno, como 2011 e 2000, devido ao aquecimento global", diz Adam Scaife, chefe de previsão de longo alcance no centro de meteorologia do Reino Unido.

Houve um forte La Niña no ano de 1999-2000, mas as temperaturas globais aumentaram 0,4°C nos anos desde então. Isso de acordo com a estimativa de aquecimento de 0,2ºC por década, atribuída pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) à atividade humana.

"A variabilidade do ciclo La Niña/ l Niño é o segundo fator mais importante na determinação da temperatura da Terra, mas é um fator atenuado pelo efeito do aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera", diz o meteorologista Nick Dunstone, do centro de meteorologia do Reino Unido.

Os anos mais quentes

A instituição britânica diz que sua experiência bem-sucedida na previsão de temperaturas anuais anteriores lhe dá confiança nas projeções para o próximo ano.

Um ano atrás, a agência estimou que 2020 seria entre 0,99°C e 1,23°C mais quente do que os níveis pré-industriais. Dados de janeiro a outubro deste ano indicam que a temperatura anual ficará 1,17°C acima da média de 1850-1900.

O ano de 2016 continua sendo o mais quente já registrado, com 2020 disputando o segundo lugar com 2019.

De acordo com uma avaliação provisória da Organização Meteorológica Mundial, os seis anos mais quentes em registros globais desde 1850 ocorreram depois de 2015. O Met Office espera que 2021 supere 2018 e fique em sexto lugar.