Indústria farmacêutica vigia e usa receitas médicas sem consentimento

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O ciclo vicioso da medicina. Começa de forma inocente: você vai até o balcão da farmácia com uma receita, o balconista consulta a disponibilidade dos produtos e, sem você saber, anota o número do registro profissional médico, o CRM. Foi dada a largada para um esquema multimilionário de captura de dados, escreve Amanda Rossi, "espécie de Big Brother das receitas", que segue para duas empresas especializadas.

Em um ano, são processadas pelo menos 250 milhões de prescrições. O sistema se retroalimenta para influenciar o que vai ser prescrito em consultórios, clínicas e hospitais. "Não é só uma questão de privacidade, mas de conflito de interesses", destaca a reportagem de TAB. Veja como funciona cada etapa.

Até quando vai o corte de juros? Reunido por dois dias, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia hoje (13) um novo corte de juros. A colunista Mariana Londres escreve sobre o ritmo dos cortes para breve, para 2024.

"Desde o início dos cortes de 0,5, o mercado já esperou cortes maiores, de 0,75. Com a piora do mercado externo, eles foram praticamente descartados, entrando no cenário a possibilidade de redução de 0,25". Leia aqui. A inflação de novembro ficou em 0,28%, contida pela queda no preço da gasolina, segundo o IBGE.

Dia de sabatina no Senado. O ministro Flávio Dino e o subprocurador Paulo Gonet enfrentam nesta quarta (13) a sabatina simultânea na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A aprovação requer maioria simples entre 27 senadores e os nomes seguem para votação em plenário. Leia aqui. O governo Lula calcula que Dino será aprovado para a vaga no STF com placar de 49 a 52 votos, escreve Kennedy Alencar.

Na véspera, Dino se reuniu com a bancada do PSD, a maior do Senado, a bancada do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (MG). No MDB, partido aliado do governo Lula, não há consenso. "Quero frisar que respeito o fato de que haverá 'nãos'. Faz parte da vida democrática. Pode ter uma dezena, pode ter mais, pode ter menos", disse Dino.

Destruição em Gaza desafia o mundo. A guerra entre Israel e Hamas foi desde o começo também um embate com a linguagem. Já no primeiro mês havia dúvidas sobre "as opções" crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio. O papa Francisco mencionou terrorismo, referindo-se ao Hamas e às forças militares israelenses, que bombardeiam a Faixa de Gaza de norte a sul, sem chances para ajuda humanitária.

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Na terça (12), Volker Turk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, registrou uma nova escalada nos termos. Gaza não está à beira do colapso, está além dele, disse. O colapso já era. E isso para quem já tinha visto coisas feias antes. A ofensiva de Israel matou cerca de 18 mil pessoas, a maioria civis, mulheres e crianças. Jamil Chade revela que a Autoridade Palestina quer uma cúpula de apoio a Gaza em Brasília.

COP28 faz acordo histórico. A pressão de grupos gravemente prejudicados com as mudanças climáticas - moradores de arquipélagos, por exemplo - conseguiu adiar o fim da COP28 por 24 horas. Nesta quarta (13), pela primeira vez em 30 anos, a presidência da Conferência do Clima apresentou um acordo que propõe encaminhar "a transição para o fim dos combustíveis fósseis", cuja exploração e uso aquecem o planeta em níveis recordes.

A Arábia Saudita, grande produtora de petróleo, era a principal opositora até ontem. Em Dubai, representantes de 195 países participaram dos debates. O pacote de energia direciona os países para a redução nas emissões de carbono "de maneira justa, ordenada e equitativa, acelerando as ações nesta década crucial a fim de atingir a neutralidade de carbono em 2050, conforme o que preconiza a ciência".

Al-Ittihad pode pegar o Flu no Mundial. Em Jeddah, na Arábia Saudita, a primeira rodada do Mundial de Clubes terminou ontem (12) em 3 a 0 para o time árabe Al-Ittihad, que na sexta (15) enfrenta o Al-Ahly, do Egito.

O vencedor vai pegar o Fluminense na semifinal, na segunda (18). O time brasileiro deixou o Rio sob aplausos da torcida e se hospeda hoje num hotel de luxo, o Hilton, que fez réplica gigante da taça em chocolate. Acompanhe a classificação.

Na Bahia, a caatinga produz renda, comida e alegria. "Agrocaatinga", diz a placa, anunciando a roça de dimensões modestas, onde crescem abacate, mamão, acerola, cenoura, beterraba, coentro, andu, umbu, milho misturado com maracujá e, quando chove, macaxeira. "Como numa floresta, só que de comer", revela reportagem de Ecoa sobre a produção de dona Perpétua, na zona rural de Uauá (BA). Já frutificam 33 agrocaatingas no estado.

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São soluções de agroecologia para o semiárido, com cisternas e gotejamento por mangueiras, onde a chuva raramente aparece e a umidade relativa lembra desertos da África, explica o agrônomo Egídio Trindade. O modelo da agrocaatinga tem uma empresa de cosméticos da França como madrinha, gera renda e aumenta a segurança alimentar das famílias. E ainda enche de alegria as plantas de dona Perpétua: "Não tem felicidade maior que chegar lá, ver as plantas tristinhas, eu molhar e elas se alegrarem".

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