O nó do ajuste fiscal e os humores de quem manda na grana

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a sinalizar com cortes nos gastos do governo, que seriam decididos na tarde de hoje em reunião com Lula. O anúncio fez o mercado sossegar um pouco, com dólar em queda e Bolsa em alta.

A questão, para Leonardo Sakamoto, é que os agentes financeiros esperam que a tesoura atinja a saúde e a educação, o que provocaria um racha no PT (além de, bem, problemas na saúde e na educação, que já têm seu rol de mazelas bem conhecido).

Felipe Salto avalia positivamente as sinalizações de Haddad. "Não é fácil avançar com medidas de contenção do crescimento do gasto, pois é disso que se trata. Mas se a base e a fundamentação for a avaliação de políticas públicas com vistas a melhorar a vida dos cidadãos, lá na ponta, podemos alimentar uma boa esperança", diz.

Os tais mercados, porém, não vêem convicção suficiente de Lula no apoio às reformas. O que traz consequências para a política monetária definida pelo BC, segundo Raquel Landim. "A falta de convicção de Lula sobre o ajuste coloca lenha na fogueira dos juros", diz. Já José Paulo Kupfer vê na reação de hoje do mercado a marca de chantagem especulativa: "A prova vem do fato de que não houve qualquer outra alteração nos rumos da economia brasileira que desse sustentação técnica ao recuo em manada", avalia.

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Opinião

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