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Desastres climáticos mais caros em 2021 custaram quase R$ 1 trilhão, aponta relatório

2.set.2021 - O desastre mais caro do ano foi a tempestade Ida, que resultou em inundações na cidade de Nova York no início de setembro - Ed Jones/AFP
2.set.2021 - O desastre mais caro do ano foi a tempestade Ida, que resultou em inundações na cidade de Nova York no início de setembro Imagem: Ed Jones/AFP

27/12/2021 06h55

Os dez desastres climáticos mais caros de 2021 ultrapassaram os US$ 170 bilhões (R$ 964 bilhões) em danos totais, de acordo com o relatório anual da organização Christian Aid, divulgado hoje. O valor supera o registrado em 2020, de cerca de US$ 150 bilhões (R$ 851 bilhões), e reflete o impacto crescente do aquecimento global.

A maioria das estimativas se baseia apenas em danos cobertos por seguros, o que sugere custos reais ainda mais elevados. Os 10 desastres também ceifaram pelo menos 1.075 vidas e deslocaram mais de 1,3 milhão de pessoas, segundo a ONG britânica.

Esta classificação representa principalmente as catástrofes que ocorreram nos países ricos, com infraestruturas mais desenvolvidas e melhor acesso a seguros, mas a ONG lembra que alguns dos eventos meteorológicos extremos mais devastadores de 2021 atingiram países pobres - os que menos contribuíram para as causas das alterações climáticas. No Sudão do Sul, por exemplo, as inundações, cujo custo econômico não pôde ser avaliado, afetaram cerca de 800 mil pessoas, lembra a Christian Aid.

Países desenvolvidos no topo

O desastre mais caro do ano foi a tempestade Ida, que resultou em inundações na cidade de Nova York no fim de agosto/ início de setembro e gerou prejuízos econômicos estimados em US$ 65 bilhões (R$ 368 bilhões). Depois, aparecem as enchentes de julho na Alemanha, Bélgica e países vizinhos, que resultaram em US$ 43 bilhões (R$ 244 bilhões) em danos, e a tempestade invernal Uri, nos Estados Unidos - onda de frio que atingiu até o Texas, abalou a rede elétrica e custou mais de US$ 23 bilhões (R$ 130 bilhões).

O documento cita ainda as enchentes na província de Henan, na China, na Colômbia Britânica, no Canadá, e na Austrália, além da onda tardia de frio na França, os ciclones Yaas, na Índia e no Bangladesh, e Tauktae, também na Índia e Sri Lanka, e o tufão In-Fa, ocorrido na China.

Em meados de dezembro, a companhia de seguros Swiss Re havia publicado uma estimativa de que o custo global das catástrofes naturais neste ano chegou a US$ 250 bilhões, uma alta de 24% em relação a 2020. Os desastres climáticos sempre existiram, mas as mudanças do clima, causadas pelo aquecimento do planeta, aumentam a frequência e o impacto dessas tragédias, alertam os cientistas especializados no tema.

(Com informações da AFP)