'Líbano está à beira do colapso', alerta ministra alemã das Relações Exteriores em visita ao país
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, alertou nesta quarta-feira (23) que "o Líbano está à beira do colapso", ao chegar para uma visita ao país devastado pela guerra. Enquanto Israel combate o grupo militante Hezbollah no Líbano, ela também afirmou que "qualquer ataque deliberado a soldados de paz da ONU viola o direito humanitário internacional".
Baerbock realizou sua 12ª viagem ao Oriente Médio desde o ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado, que desencadeou a guerra de Israel em Gaza e, agora, contra o Hezbollah no Líbano. "A situação humanitária no Líbano está se tornando mais desesperadora a cada dia", disse ela no início de sua viagem, que Berlim não havia anunciado anteriormente devido a preocupações com a segurança.
"Milhares de pessoas estão fugindo com seus últimos pertences, crianças estão sendo separadas de seus pais, e os hospitais estão funcionando no limite de suas capacidades. O Líbano está à beira do colapso", declarou.
Ela afirmou que o aliado do Hamas, o Hezbollah, está "se escondendo atrás de civis e continuando a disparar foguetes contra Israel", mas também advertiu que Israel deve operar dentro dos "limites estreitos do direito à legítima defesa e do direito humanitário internacional".
Ataque a soldados da ONU
A Força Interina da ONU no Líbano acusou Israel de atacar seus soldados de paz várias vezes nas últimas semanas. "Todas as partes do conflito também têm a obrigação de proteger os soldados de paz da ONU", disse Baerbock. "Os soldados da Unifil têm nosso total apoio. Eles são necessários para uma solução política do conflito. Qualquer ataque deliberado a soldados de paz da ONU viola o direito humanitário internacional."
Baerbock pediu esforços envolvendo os Estados Unidos, a Europa e o mundo árabe "para desenvolver uma solução diplomática viável que proteja os interesses legítimos de segurança de Israel e do Líbano".
A guerra em Gaza começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel, que resultou na morte de 1.206 pessoas, na maioria civis, de acordo com um levantamento da AFP com base em números oficiais israelenses.
A ofensiva de retaliação de Israel matou 42.718 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com números do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.
Israel voltou seu foco para o Líbano no final de setembro, prometendo proteger sua fronteira norte sob ataque do Hezbollah.
(Com AFP)
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