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À sombra de Renan e Lira, governos de AL e Maceió replicam duelo para 2026
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A escalada nas críticas do senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu início a mais um capítulo da antecipada corrida às eleições de 2026 em Alagoas, quando o MDB enfrentará dura oposição para se manter no Palácio República dos Palmares.
Na mesma toada, o governo do estado, liderado por Paulo Dantas (MDB), e a Prefeitura de Maceió, com JHC (PL), rivalizam com relações rompidas e disputas institucionais. "Não há uma troca de experiências ou projetos junto deles. Nem conte para eventos de interesse mútuo é enviado", diz uma fonte.
A briga escalou nos entes
Coincidência ou não, o novo episódio de farpas entre os entes veio após os ataques de Renan, com a Prefeitura de Maceió informando uma cobrança judicial de R$ 27 milhões devidos pelo governo do estado.
O dinheiro, diz, é referente à falta de repasses na saúde para pagar tratamento de câncer, por exemplo, além da compra de medicamentos e manutenção de unidades.
Já o governo do estado rebateu e afirmou que quem deve é a prefeitura e alega um débito quase 11 vezes maior: R$ 295 milhões —o que a prefeitura diz desconhecer.
A troca de farpas dos entes não é de agora. Em 2022, em meio à tensão pré-eleitoral, prefeitura e estado racharam em duas a tradicional festa de São João na capital, com atrações repetidas em palcos montados por cada um deles.
Na disputa atual, gestores chegam até disputar para ver quem paga primeiro os servidores públicos —e anunciam isso na rede social.
Lira entra no grupo e acirra
A disputa ganhou novos contornos com a entrada oficial de Arthur Lira no governo de Maceió, garantindo o apoio à reeleição JHC em 2024 —em 2020 ele apoiou um candidato que perdeu no primeiro turno.
Como isso, Lira teve nomes ligados a ele indicados a cargos, como de sua prima, Jó Pereira (PSDB), que é secretária municipal de Educação.
Mas os olhos de Lira e JHC não estão para 2024, e é isso que preocupa o MDB, que governa Alagoas desde 2015.
Nos bastidores, entende-se que os novos ataques Renan são como uma estratégia do MDB e aliados para desgastar ao máximo JHC e Arthur Lira até 2024.
Se fosse só a Prefeitura de Maceió, não precisava se mexer tanto, porque a avaliação de JHC indica que ele deve ser reeleito tranquilamente . A ampliação da base está pensando muito mais em 2026."
Luciana Santana, cientista política da Ufal
A "entrada" na eleição de Maceió ficou clara nas últimas semanas, quando Renan Calheiros começou a divulgar ações de apoio aos moradores dos cinco bairros que afundaram.
Com críticas recorrentes ao acordo feito entre prefeitura e Braskem (responsável pelo afundamento), o senador tem como mote principal tenta impedir a venda da empresa e luta por reparações mais justas.
A ação difere, por exemplo, do governo Renan Filho (2015-2022), que evitou entrar no problema de Maceió e deixou a tarefa na mão das esferas municipal e federal.
2024, JHC favorito; 2026...
O MDB ainda não definiu se lança um nome para disputar a Prefeitura de Maceió, visto que a popularidade de JHC e a dificuldade histórica do partido na capital alagoana mostram uma cenário desanimador.
Mas como o prefeito de Maceió é nome quase certo na disputa para o governo do estado em 2026, com Lira saindo ao Senado, a ordem é todos do MDB baterem na gestão municipal.
A ideia dos sonhos é lançar o nome ministro dos Transportes Renan Filho, que com apoio de Lula e o pai na disputa ao Senado, poderia bater JHC daqui a três anos.
Outra possibilidade seria o próprio Renan pai ser o candidato ao governo do estado —desejo que o senador nutre há muitos anos. Entretanto, uma rejeição mais alta dele seria o problema para esse plano.
A partir de 2025, Lira não será mais presidente da Câmara, então o poder de barganha dele junto aos prefeitos diminui. Ele vai jogar todas as fichas para ampliar sua base política na capital e no interior para vir com tudo em 2026.
Luciana Santana, cientista política da Ufal
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