Motoristas e cobradores de Florianópolis param por 24 horas; 200 mil são afetados
Desde à 0h desta segunda-feira (28), cerca de 200 mil moradores da região da Grande Florianópolis estão sem ônibus. Os trabalhadores do transporte coletivo urbano entraram em greve, decisão reiterada após reunião na noite deste domingo (27).
São cinco mil motoristas e cobradores no sistema, que já haviam definido pela paralisação na última quinta-feira, respeitando as 72 horas de aviso prévio à população. Eles reivindicam a redução da jornada de trabalho de 6 horas e 40 minutos para 6 horas, além de aumento salarial pelo INPC mais 5%.
O sindicato patronal ofereceu um reajuste de 2% no salário e de 30 reais no vale-alimentação. A proposta não foi aceita pela entidade que representa os trabalhadores. As empresas alegam que não tem como reduzir a jornada, sem acarretar em aumento de custos com a contratação de funcionários.
A prefeitura de Florianópolis, que subsidia parte dos custos do transporte coletivo e participa das negociações (apesar do sistema ser intermunicipal), não sinaliza, neste instante, com um aumento na tarifa do transporte coletivo para que atender as reivindicações dos motoristas e cobradores.
A greve está prevista para durar 24 horas, mas poderá ser prorrogada. Uma nova rodada de negociações é esperada para hoje, e no fim da tarde, os trabalhadores voltam a se reunir, para definir um encaminhamento sobre manter ou suspender a paralisação.
A prefeitura manifesta que não ainda houve posição oficial do Ministério Público do Trabalho, para que fosse obrigatório disponibilizar frota mínima para atender à população (pelo menos, 70% nos horário de pico e 30% nos outros horários), senão o sindicato dos trabalhadores estaria sujeito à multa.
A Secretaria de Transportes liberou veículos cadastrados para deslocamentos em Florianópolis, com preço entre R$ 4,00 e R$ 5,00 - valor superior ao do transporte coletivo, cuja passagem não ultrapassa R$ 3,00. Porém, vans particulares oferecem o serviço clandestinamente, com tarifa que chega a R$ 6,00.
Confusão no trânsito
Como nenhum ônibus está saindo dos terminais e a região não possui metrô ou trem, o congestionamento no início da manhã, para quem sai da parte continental para a ilha, em Florianópolis, tornou-se ainda pior. Vários pontos da região registraram filas acima do normal para os horários de pico.
O Zona Azul, sistema de estacionamento pago nas vias da cidade, funciona de forma precária, pois os monitores não conseguiram chegar ao local de trabalho devido à falta de ônibus. Sem a rotatividade, os motoristas encontram dificuldades para estacional, principalmente no Centro.
As escolas particulares condicionaram a manutenção das aulas a partir do momento em que houvesse a informação de que a greve de forma parcial ou total. Já na rede pública, as aulas não foram suspensas, por enquanto.
Greve continua
Após reunião encerrada no início da noite desta segunda-feira (28), os trabalhadores do transporte coletivo urbano da Grande Florianópolis decidiram manter a greve por mais 24 horas. Durante o dia, os ônibus não circularam pela região e o Ministério Público do Trabalho encaminhou uma solicitação à Justiça para que circulasse 100% da frota durante os horários de pico. O sindicato trabalhista alega que quer cumprir a decisão, se a Justiça liberar que eles trafeguem com a "catraca aberta", ou seja, os passageiros não paguem a passagem.
O trânsito no fim da tarde ficou bastante complicado, assim como aconteceu no início da manhã. O comércio registrou movimento bem abaixo do esperado, e muitos funcionários não conseguiram ir para o trabalho.
Uma nova assembleia dos motoristas e cobradores está marcada para o início da tarde desta terça-feira (29), para dar mais um encaminhamento sobre a paralisação, que iniciou à meia-noite de hoje.
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