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"É preciso analisar contexto", diz advogado de PM que riu ao agredir jovens

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

19/12/2019 11h45

Um julgamento justo sobre o policial flagrado rindo ao agredir jovens com uma barra de ferro —incluindo um deficiente físico— em um baile funk de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, em outubro deste ano, só poderá ser feito com seu contexto analisado, segundo o advogado do PM, Fernando Fabiani Capano.

O policial Rodrigo Almeida Silva Lima, 23, lotado no 16º BPM (Batalhão da Polícia Militar), que age na zona sul da capital paulista, está afastado dos serviços operacionais e alocado nos serviços administrativos da corporação. Ele responde a um inquérito policial militar pela suspeita do crime de abuso de autoridade.

Lima foi flagrado em vídeos que repercutiram nas redes sociais no início de dezembro, escorado em uma parede, ao lado de uma viela, e agredindo aleatoriamente jovens que tentavam deixar um baile funk por meio de uma viela. O caso ocorreu na madrugada de 19 de outubro. O caso do soldado Lima veio à tona após nove jovens, entre 14 e 23 anos, terem morrido durante operação policial no Baile da DZ7, em Paraisópolis, na madrugada de 1º de dezembro.

Para o advogado do PM, o flagrante não pode ser visto fora do contexto. "A imagem precisa ser contextualizada. É muito fácil, do meu ponto de vista, isolar uma imagem e afirmar que ela é incontestável. Era um contexto, a princípio, de hostilização das forças militares. Mas vamos começar o tipo de defesa quando a investigação estiver finalizada, o que não é o caso", afirmou Capano. Nas imagens, o policial aparece sozinho, agredindo jovens aleatoriamente.

A reportagem apurou que esta é a primeira ocorrência negativa do soldado Lima. Até então, não havia nenhuma queixa ou investigação interna contra ele. Esta primeira apuração que ocorre contra o policial só passou a existir em razão da circulação dos vídeos nas redes sociais.

A reportagem pediu uma entrevista com o soldado Lima via assessoria de imprensa da SSP (Secretaria da Segurança Pública), que não respondeu ao pedido até a publicação desta reportagem.