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Relator da CPI da Petrobras defende investigação até governo FHC

Deputado Luiz Sérgio (PT-RJ, à direita), relator da CPI - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Deputado Luiz Sérgio (PT-RJ, à direita), relator da CPI Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

26/02/2015 16h03

Petista, o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (RJ), defendeu nesta quinta-feira (26) que as apurações sobre suspeitas de corrupção na estatal incluam o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O parlamentar ressalta, no entanto, que a expansão da investigação depende dos membros da comissão.

A Câmara dos Deputados instalou hoje uma nova CPI que vai investigar os desvios de recursos públicos na Petrobras e suas subsidiárias no período que vai de 2005 e 2015, que correspondem aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff (PT).

“A bancada do PT tem preparado um requerimento sobre esta questão por que o mais importante delator da questão Lava Jato afirma que praticava esses delitos muito antes da chegada do PT ao governo. Como isso está nos autos seria interessante ele explicar isso”, declarou Sérgio.

O parlamentar petista se referiu a Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, que afirmou em depoimento ao Ministério Público que recebia propina desde 1997.

“Para mim é importante que a dinâmica da CPI possa estabelecer a necessidade ou não [de incluir o governo FHC nas investigações]”, concluiu Sérgio.

Para tentar reduzir o desgaste do governo com a CPI, o PT tem defendido que também seja investigado o período entre 1997 e 2003, durante o governo tucano. A própria presidente Dilma já disse que se suspeitas de corrupção estivessem sido investigadas antes, um esquema não permaneceria até hoje, também se referindo a Barusco.

O PSDB já declarou que irá sugerir ao presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que sejam criadas subrelatorias para auxiliar os trabalhos do relator principal. "Não é que não confiamos na relatoria. Mas os casos que mais deram resultados possuíam subreletorias", defendeu Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

O relator não quis antecipar quais serão os próximos passos da CPI, alegando dilema ético. A próxima reunião do grupo está marcada para a quinta-feira (5). Na reunião devem ser analisados requerimentos de oitivas e aprovação do plano de trabalho. A comissão terá o prazo de 120 dias para concluir seus trabalhos. O prazo pode ser estendido por mais dois meses se a prorrogação for aprovada em plenário.