"Poderia me calar, mas estou respondendo", afirma Vaccari, que se diz inocente
Citando a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o garante o direito de ficar em silêncio ou não falar a verdade, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou que optou por responder a todas as perguntas dos deputados nesta quinta-feira (9) na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara.
“[Com] A decisão do STF sobre a minha presença aqui, eu poderia me calar, mas eu tenho respondido a todas as perguntas. Por que que eu respondo a todas as perguntas? Porque eu tenho dito que estou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Tenho reafirmado isso desde o primeiro momento”, afirmou o tesoureiro.
Vaccari também declarou ser inocente. Ao ser questionado pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) se ele seria inocente, o tesoureiro respondeu: “sou”. “Eu acredito que todas as pessoas têm direito à defesa e a presunção da inocência”, defendeu Vaccari.
Ontem (8), o ministro Teori Zavascki, do Supremo, concedeu um habeas corpus a Vaccari para que ele não fosse obrigado a assinar o termo de compromisso que determina que ele deve dizer a verdade no depoimento desta quinta-feira.
O Ministério Público Federal denunciou Vaccari por lavagem de dinheiro. O tesoureiro é apontado por delatores do esquema de desvio de recursos da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal descoberto pela operação Lava Jato.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o doleiro Alberto Youssef afirmaram, em delação premiada, que recebeu recursos para abastecer o caixa do PT. Vaccari nega as acusações.
"Os termos da declaração do senhor Pedro Barusco e o senhor Alberto Youssef sobre a minha pessoa não são verdadeiros”, respondeu Vaccari repetidamente ao ser questionado pelos parlamentares sobre as declarações dos delatores.
Em um das fases de investigações da Lava Jato, Vaccari chegou a ser levado para depor na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Hoje, ele afirmou que o mandado de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor, foi uma medida "desnecessária". "Eu sempre estive disposto a esclarecer tudo.Sobre o depoimento que eu dei, eu não quero fazer retificações. Eles [os policiais] fizeram 29 perguntas e eu respondei a todas.”
O depoimento começou por volta das 10h da manhã e foi encerrado às 17h45. Antes de Vaccari começar a falar, um homem soltou ratos no plenário onde ocorre a sessão, gerando tumulto entre os deputados. No início, ele havia sido identificado como o servidor da Câmara Márcio Martins de Oliveira. Em depoimento, no entanto, Oliveira negou ter liberado os animais.
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